Otite trata-se de inflamação e infecção de ouvido e é muito comum nos animais.
Há várias causas, desde predisposição genética, falhas anatômicas, tumores, exposição frequente do conduto a água, alergias, alterações hormonais, toxicidade de alguns fármacos, bactérias, fungos e ácaros. Pode ser contagiosa ou não, afetar apenas um ou ambos os ouvidos e o tratamento varia de acordo com a causa.
Qualquer espécie pode ser acometida, representando em média 15% das causas de visitas a clínica veterinária. Para os cães que tem o sentido da audição aguçado, pode causar dor, prurido (coceira), lesões, desconforto, agressividade devido ao incômodo, desequilíbrio e, se não tratada logo no início, o quadro pode agravar e evoluir de causas primárias para perpetuantes, tornando longo e difícil o tratamento podendo chegar a casos de resolução cirúrgica e perda total e estenose do conduto se o ouvido interno for afetado ou a inflamação nunca for solucionada.
As otites podem ser classificadas de acordo com a região afetada em otite externa, média ou interna e de acordo com o tempo da infecção em aguda, se recente, ou crônica se for infecção antiga, com recidiva e de difícil resolução. A otite externa é a mais comum e pode ainda ser classificada em ceruminosa quando há alta produção de cerúmen, eczematosa quando alérgica e com descamação e lesões de pele, purulenta quando há infecção, hiperplásica quando há aumento do número de células na região e estenosante quando há retração celular e consequente fechamento do conduto auditivo.
Os principais sintomas observados são mau cheiro no ouvido, dor no local, coceira, balançar constante da cabeça, ato que pode espalhar microorganismo para o ambiente e outros animais, presença de secreção inflamatória ou de cerúmen em excesso no pavilhão auricular. Dependendo da gravidade o animal pode pender a cabeça para o lado do ouvido doente (head tilt), ter os nervos cranianos afetados e até desequilibrar-se e tornando-se incapaz de andar em linha reta, uma vez que o órgão do equilíbrio conhecido como aparelho vestibular é formado pelo labirinto, um sistema de de canais e fluidos no ouvido interno que nos orienta em relação a posição do corpo no solo.
É ideal que se faça prevenção com limpezas periódicas usando soluções otológicas específicas para animais, fazer exames e visitas periódicas ao veterinário para atestar a saúde do seu melhor amigo e usar algodão hidrofóbico dentro do conduto na hora do banho para evitar contato com a água. Pode-se aplicar uma pequena quantidade da solução otológica diretamente no conduto, massagear e remover o excesso de cerúmen com ajuda de um algodão, limpando sempre de dentro para fora do conduto iniciando a limpeza da parte interna do ouvido e finalizando pela orelha externa. Caso tenha dificuldade em realizar o procedimento preventivo, procure um médico veterinário ou tosador para realizar a limpeza para você.
Em cães, raças com orelhas longas e caídas como Cocker, Golden, Shihtzu por exemplo tem predisposição devido à posição normal da orelha impedir a entrada de ar, oferecendo assim um ambiente propício para a proliferação de microrganismos. Raças como Terriers e Poodles têm predisposição devido a presença de pêlos no conduto auditivo, aumentando a secreção de cerúmen se não for feita limpeza frequentemente podendo haver acúmulo de patógenos.
No caso da infecção já instaurada, o diagnóstico pode ser feito por meio de otoscopia (visualização do conduto) e avaliação do conteúdo presente no trato auditivo; raspado de pele do pavilhão a fim de visualizar em microscópio presença de ácaros, fungos ou bactérias; testes alérgicos na tentativa de restringir o ingrediente alimentar para hipersensibilidade; exame histopatológico ou biópsia no caso de formação estranha dentro do conduto; e BAER exame que detecta perda auditiva.
Dependendo da causa, deve ser feito tratamento sistêmico com antiinflamatórios, antibióticos ou antifúngicos via oral (comprimidos) dependendo da causa e tratamento tópico com limpezas diárias do conduto com solução de limpeza e medicação em gotas indicada para cada causa.
Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.
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