Grupo de Mauá conheceu obras recentemente doadas ao município pelo Itaú Cultural e que integram mostra especial da Semana Nacional de Museus
Na tarde dessa quarta-feira, dia 15, deficientes auditivos atendidos pela APASMA – Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Mauá, visitaram a exposição “O Abstrato Mora ao Lado: Expressões da matéria na Arte”, com o recém-adquirido acervo de obras doadas pelo Itaú Cultural à Pinacoteca Municipal de Ribeirão Pires, por meio do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). A mostra, que conta com grandes nomes da arte, entre os quais Burle Marx e Silvio Oppenhein, integra a 17ª Semana Nacional de Museus.
Até o dia 31 de maio, o público poderá conferir os quadros da exposição realizada, gratuitamente, no Centro Cultural da cidade, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h (entrada pela Rua Yutaka Ishihara, 220, Jardim Pastoril). Entre os visitantes do APASMA estava Paulo Cesar da Silva Santos, 27 anos – deficiente auditivo desde o nascimento.
“Gostei muito do aprendizado. É difícil compreender a parte das técnicas utilizadas nas obras, como materiais usados. Mas achei muito bonito, colorido, e poder pensar sobre o que o autor sentiu e pensou quando fez a obra”, avaliou.
O grupo participou de visita orientada pela coordenadora da Escola Municipal de Artes Plásticas, Lilian Zampol, com a tradução em libras feita, simultaneamente, por intérpretes da ONG e da Prefeitura. Após a visitação, os participantes assistiram apresentação da Cia Dois Palito – “Alguém nos Louvre”, realizada com o apoio do Governo do Estado de São Paulo. O espetáculo de humor, dirigido por Lily Curcio, e criação acrobática de Fernando Sampaio, não faz o uso de falas, trilhas ou sons mecânicos – tendo os surdos como público-alvo.
Daniella Marques, psicóloga da ONG APASMA, falou sobre a importância da participação do grupo no evento. “Trabalhamos muito a arte como terapia. É importante para eles conhecerem novas obras, saírem do mundo deles – até mesmo por conta de limitações da deficiência. Dessa forma, eles expandem o olhar”, disse.
“A visita do grupo de Mauá representa de forma simples e muito clara a ideia da programação da Semana Nacional de Museus em Ribeirão Pires. Estamos democratizando o acesso das pessoas à arte, promovendo a inclusão social e mostrando a riqueza desse universo, em suas mais variadas formas. Do mesmo modo, valorizamos os espaços culturais da cidade, em especial, nesse período, nossos museus”, explicou o secretário de Cultura de Ribeirão Pires, Anderson Gecco.
Exposição Casa Ribeirão-pirense 2019 – A 17ª Semana Nacional de Museus em Ribeirão Pires teve início nessa segunda-feira, dia 13. A abertura da programação foi marcada por vernissage da exposição Casa Ribeirão-pirense 2019, no Centro de Exposições e História “Ricardo Nardelli” (Rua Miguel Prisco, 286 – Centro. Ter. a sex., 9h às 17h; sáb. e dom., 10h às 16h). A entrada é gratutia.
Ainda na segunda-feira, o espaço sediou pocket show da Banda CMANAU, no “Jazz no Museu”. A vernissage foi aprovada por quem visitou o Centro de Exposições e História “Ricardo Nardelli”. “Escutei a música, fiquei curiosa e resolvi entrar. Nunca tinha vindo no Museu. Sempre passava perto, mas não entrava, e hoje tive a oportunidade. Eu não tinha noção que tinha tudo isso aqui dentro. Estou achando incrível”, disse Juliana Alves de Matos, 16 anos, moradora de Ribeirão Pires.
Sobre a exposição Casa Ribeirão-Pirense 2019:
A primeira edição da exposição Casa Ribeirão-Pirense, lançada em 2017, teve ênfase na criação de ambientes museológicos que buscam reconstituir uma típica casa de imigrante. Naquele ano, a proposta era envolver o visitante e proporcionar uma experiência de observação única, ao mesmo tempo contribuindo para a preservação da memória dos diferentes povos que ajudaram no desenvolvimento de Ribeirão Pires.
Nessa nova versão, os visitantes contarão com 19 paineis indicativos com informações sobre os ambientes da Casa – no primeiro salão, informações sobre a origem de cada cômodo, entre os quais quarto e sala de estar, destacando os objetos mais representativos do acervo; no segundo salão, dados sobre a vida em sociedade – meios de produção, relações entre classes; e em uma terceira área, a história de Ribeirão Pires desde o século XVI até o século XX.