Indo na contramão

Por Gazeta

Uma lei estadual proíbe a venda de bebidas alcoólicas em todas as rodovias paulistas. Acompanhando essa tendência, muitas cidades proibiram a venda desse produto nos postos de combustível. Não tenho estatísticas à mão, mas certamente muitos acidentes de trânsito foram evitados com a adesão desta medida, e Ribeirão Pires foi uma delas. O leitor pode argumentar: que mal faz uma cervejinha, e muitas vezes o condutor nem bebe, apenas os passageiros. Quem se lembra do tempo em que o álcool era liberado? Que cervejinha que nada. Vodka, whisky, conhaque, cachaça e tudo o mais que compunham esse arsenal estavam disponíveis 24 horas por dia. A moçada saía da balada e parava no posto para tomar a “penúltima” ou a “saideira” e esse último gole foi fatal para muitos jovens que se envolveram em acidentes com morte.

Na semana retrasada, dia 18, a Câmara Municipal de Ribeirão Pires recebeu projeto do executivo pedindo aos vereadores autorização para revogar a lei seca nos postos de combustíveis atualmente em vigência. Os vereadores prorrogaram a votação por duas sessões como costumam fazer com projetos polêmicos sob a desculpa de estudar melhor a matéria. Aqui cabe a pergunta que não quer calar: qual o interesse do executivo promover a volta do comércio de bebidas alcoólicas nos postos de combustíveis? Aumentar a arrecadação do ICMS, melhorar a lucratividade desses estabelecimentos, ou só facilitar a saideira do fim de noite? Qualquer que seja o motivo, está na contramão da tentativa de inibir o consumo de álcool entre condutores cuja tolerância é zero no Código Nacional de Trânsito. Então, que tal retirar o projeto?

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