Por Gazeta
“O cão é o mais indefeso dos animais. Domesticado pelo homem e trazido para o ambiente urbano, ele depende unicamente do ser humano para sobreviver.”
Salvo talvez uns 5% que recebem treinamento para algumas tarefas, como guias de cego, apoio à operações policiais ou militares, pastores de ovelhas, guardiões de propriedade e outras funções menos conhecidas, quase 50 milhões desses animais criados no Brasil não servem para nada.
A abordagem desse assunto, para muitos, vai parecer “politicamente incorreta”, porém, um fato que presenciei há algum tempo me levou a pesquisar e a concluir que, para muitas pessoas, criar um cachorro, além de ser desperdício de recursos, é um contrassenso absolutamente inconcebível.
Observei a porta de uma dessas milhares de pet shops ou casa de rações que proliferam por aí, na qual havia uma senhora idosa, visivelmente pobre, pedir um quilo de ração, daquelas à granel, das mais baratas, abrir sua bolsa e contar os trocados e moedas para pagar pela mesma. Fiquei imaginando aquela senhora se privando de um litro de leite ou uma dúzia de ovos, proteínas indispensáveis à sua saúde e subsistência para alimentar um cachorro.
Por que precisaria ela de um cachorro?
Pesquisas mostraram por meio de fontes confiáveis que um cão pequeno custa em média R$ 216, um de porte médio R$ 278 e um de grande porte R$ 421/mês em ração, cuidados veterinários, banho e tosa, etc.
Considerando que 95% desses animais só servem para latir, comer, defecar e procriar, concluímos o desperdício que é criar cachorros, uma vez que, além do custo para os donos e do incômodo para o ouvido dos vizinhos mais sensíveis, a pegada de carbono* de um cão de porte médio é igual à de duas camionetes**.
Um povo pobre como o nosso não pode se dar ao luxo de gastar tanto com “animais de estimação” e os governos, que não têm recursos sequer para vacinar seus cidadãos, gasta milhões para vacinar, castrar e cuidar de cães abandonados, ou cujos proprietários não têm condições de fazê-lo. Urge uma ação enérgica oficial para esterilização e castração em massa e impor maiores responsabilidades aos proprietários, afim de conter essa crescente e desnecessária população canina.
*Nome dado à medição do impacto que algo causa ao meio ambiente.
**Estudos do Instituto Ambiental de Estocolmo, Suécia.