Por Prof. Paulo Franco
Poeta, escritor, formado em Letras e Pedagogia e pós-graduado em docência para o ensino superior
A imprensa, que deveria ser o “cão de guarda” da sociedade (investigando, analisando, informando e denunciando as mazelas do sistema), muitas vezes acaba virando apenas o “leão de chácara” dos interesses escusos de determinados segmentos do poder (seja ele político, financeiro, religioso ou meramente ideológico).
Enquanto isso, a sociedade anônima, amorfa e apática clama por verdades sem maquiagens, verdades que arrebentem a escuridão que sobrevive atrás dos muros das ganâncias inescrupulosas que regem os poderes que ampliam as desigualdades, gerando mais miséria e abandono em uma sociedade que, certamente, produz riquezas suficientes, pelo menos, para banir as fomes e as ignorâncias determinadas para a maioria em nome da opulência de uma minoria que o “quarto poder”, quando isento, pode e deve combater.
Infelizmente, em um país como o nosso, que enfrenta gigantescas dificuldades e desigualdades educacionais, gerando um imenso exército de mão-de-obra barata e de alto grau de analfabetismo funcional e político, a imprensa, por não assumir uma postura independente, acaba tendo mais facilidade em estabelecer verdades, influenciando assim ideias, ideais e comportamentos, seja criando, seja multifacetando ou escondendo fatos em nome dos interesses deste ou daquele grupo dominante ou postulante ao poder.
O resultado é a concessão de uma mini Globo ou similar em cada aldeia da pátria amada, que na somatória vira uma grande e impiedosa Rede especializada em impor pensares e por isso põe e depõe Fernandos ou Lulas sempre em nome da nobreza do capital, hoje, modernamente neoliberal. Porém o ranço Feudal permanece, embora a grande moeda de troca não seja mais apenas as terras ou os escravos, mas o poder da imagem maquiada que a imprensa, enquanto quarto poder, negocia com pose de ingenuidade, perpetuando assim a nocividade instalada nos três outros poderes.
E sabemos que uma imprensa limpa representaria os olhos de uma população que não enxerga, seria a luz na escuridão daqueles que não pensam com a clareza dos conhecimentos devidamente sistematizados e o freio do poder que abusa da condição sub-humana do cidadão que nem ao menos percebe que é vítima da desinformação.
Parabéns ao Jornal Mais Notícias por esses quinze anos de rua e que a busca pela verdade transparente e não tendenciosa, que Ribeirão Pires, o Brasil e o mundo tanto carecem, seja a grande marca deste instrumento de comunicação que, com certeza, já faz parte da nossa história.