O novo Sistema de Previsão e Alerta de Enchentes de São Paulo instalado na Sala Central de Situação, apresentado no último dia 13, pelo governador Alberto Goldman e pela secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena, integra uma série de ações do Governo do Estado, que inclui incremento de soluções tecnológicas, obras hidráulicas e de manutenção, para reduzir o impacto das chuvas em São Paulo.
O sistema, que envolve investimentos realizados de aproximadamente R$ 2 milhões (e mais R$ 8 milhões na aquisição de novo radar) permite, a partir do cruzamento de dados da rede de monitoramento e do radar meteorológico, informar as autoridades competentes e os cidadãos sobre a ocorrência de eventos extremos além da capacidade de controle das obras hidráulicas.
Este sistema permitirá estabelecer um alerta sobre ocorrência de chuvas e possibilidade de inundações com antecipação de aproximadamente duas horas. A informação precisa ser dada com antecipação adequada para que medidas possam ser tomadas para garantir a segurança física da população. O governador anunciou ainda a publicação de editais para aquisição e instalação de novo radar meteorológico e para a elaboração do 3º Plano Diretor de Macrodrenagem, que complementa e expande os anteriores.
Salas de Situação – São centrais onde dados hidrológicos e meteorológicos são coletados e processados para gerar informações confiáveis, tendo em vista alertar as autoridades competentes para a possibilidade de ocorrência de eventos críticos de inundação e proteger a população. O Sistema de Previsão e Alerta de Enchentes implantado nas Salas de Situação em São Paulo e Piracicaba integra informações de outras instituições do Estado, como Sabesp, Emae e Cesp. Será instalada, em breve uma Sala de Situação na Região do Vale do Paraíba, em Taubaté.
O sistema utiliza dados meteorológicos (chuvas) e hidrológicos (níveis d’água nos rios e córregos) monitorados em tempo real por meio de uma rede de estações telemétricas e de um radar meteorológico. A transmissão destes dados é feita automaticamente em intervalos de tempo de dez minutos para uma central de processamento, onde eles são analisados e consistidos para garantir sua confiabilidade. Um modelo matemático de previsão permite visualizar, com até duas horas de antecedência, situações de extravasamento de rios e córrego nas bacias do Alto Tietê (Região Metropolitana de São Paulo) e do rio Piracicaba (Região Metropolitana de Campinas).
As informações sobre chuvas são coletadas por um conjunto de estações telepluviométricas (medidores de chuva remotos) e por um radar meteorológico instalado no município de Salesópolis nas nascentes do rio Tietê junto à barragem de Ponte Nova. As informações de nível d’água nos rios e reservatórios são coletadas por um conjunto de estações telefluviométricas instaladas nos diferentes rios, córregos e reservatórios das bacias do Alto Tietê e Piracicaba. Atualmente estão instalados um total de 200 postos telepluviométricos e telefluviométricos nas bacias do Alto Tietê (Região Metropolitana de São Paulo) e Piracicaba (Região Metropolitana de Campinas). Até o final do ano serão instalados mais 40 postos.
Novo radar – O Governo do Estado lançou, junto com as salas de situação, um edital internacional para a aquisição de novo radar meteorológico. Embora ainda operante em condições satisfatórias, a necessidade de substituição do radar se dá principalmente em função dos avanços tecnológicos. Esta nova tecnologia proporcionará melhores informações e avaliação, em maior nível de detalhe das localizações e intensidades exatas de chuvas e enchentes.
Macrodrenagem – A complementação do Plano de Macrodrenagem consiste no estudo de todas as sub-bacias que compõem a Bacia do Alto Tietê e dos seus reflexos nas bacias do Médio Tietê e Baixada Santista. Esta complementação, combinada com a estratégia integrada de inclusão de outros tipos de medidas e de ações de gestão sobre as inundações, constitui escopo do PDMAT 3.
O PDMAT 3 tem o propósito de estudar e propor medidas estruturantes (canalizações, barragens e reservatórios, diques etc.), assim como, os serviços de operação, manutenção e recuperação das estruturas hidraúlicas existentes, combinadas com as demais medidas não estruturais como, o zoneamento e fiscalização do uso do solo urbano, sistemas de monitoramento hidrometeorológico e alerta, taxa de drenagem para terrenos com alto grau de impermeabilização, coleta e armazenamento domiciliar de água chuva. Esse conjunto de medidas deverá abranger toda a Bacia do Alto Tietê.
Outras ações – No Programa Infraestrutura Hídrica e Combate a Enchentes estão previstos este ano investimentos de R$ 388 milhões, dos quais, R$ 259 serão aplicados na Região Metropolitana de São Paulo em ações para desassoreamento, construção de reservatórios, canalizações de córregos e obras do Parque Várzeas do Tietê.