Semana Santa
Enquanto Cristo padece ao longo destes dias de Semana Santa, o seu Corpo, que é a Igreja, compadece e busca, de modo especial, completar em si o que falta às tribulações d’Aquele que é a sua Mística Cabeça (cf. Cl 1, 24); é este, pois, o sentido do sacrifício e da penitência pascal que somos chamados a intensificar, sem descuidar da oração e da caridade fraterna.
Se até ontem, com efeito, estivemos ao lado do Senhor no deserto, agora é hora de nos unirmos a Ele em suas dores expiatórias e morte de Cruz. É momento de acentuarmos ainda mais as mortificações que vimos praticando nestes quarenta dias, a fim de nos configurarmos mais perfeitamente ao Cristo humilhado, rejeitado, desprezado e, por fim, crucificado por causa do homem.
E para bem dispor-nos a este período de verdadeiro “retiro” espiritual, a Igreja nos traz a maior e singela “profecia” em que, com delicado carinho, Maria, irmã de Lázaro e Marta, unge os pés de Cristo, como que a prepará-Lo para a sepultura. Não porque Maria intuísse que Jesus dali a pouco havia de morrer, mas porque Ele, cujo sacrifício era já iminente, quis que com aquele gesto, se prenunciasse o que amanhã iremos celebrar. “Deixa-a”, diz Ele aos discípulos, pois aquela unção se deveria fazer na manhã de Páscoa.
Que esta generosidade de Maria, que não receou entregar ao Senhor o nardo mais puro de sua casa, seja um motivo a mais para vivermos total e integralmente por Aquele que tudo entregou para a nossa salvação.
Por: Padre Paulo Ricardo