O advento da Olimpíadas despertou no brasileiro um exercício que era praticado apenas pelas pessoas mais apaixonadas. A Numismática, popularmente tratada como a prática de colecionar moedas antigas ou históricas, se tornou mais comum, inclusive entre os mais jovens.
Douglas dos Santos de 19 anos, coleciona moedas internacionais desde muito pequeno. “Meu interesse por moedas internacionais surgiu quando eu tinha apenas 5 anos, minha bisavó que é portuguesa me deu uma moeda de Portugal e achei muito interessante a cor, a textura, os desenhos e desde então meu interesse por moedas aumentou e não parei mais de colecionar”, diz.
Ribeirão Pires possui seu colecionador, Antônio Hércules Greco, o ‘grequinho’, conserva suas notas e moedas desde 1986. “Presenciei muita mudança na moeda brasileira, desde a primeira alteração já fui guardando, hoje possuo um álbum com diversas notas, entre elas cerca de 500 cédulas de 1 cruzeiro e notas banhadas em ouro,”relata.
Toda moeda possui um valor histórico e os colecionadores mais tradicionais as utilizam para pesquisas com o objetivo de identificar particularidades comportamentais, religiosas ou econômicas de uma população. Porém, a Numismática também é vista como forma de investimento e reserva de valores, como é o caso de Antônia Maria de Sousa Lima, morada de Guaianases na cidade de São Paulo. “Atualmente possuo 82 moedas, estou colecionando porque elas podem se valorizar em um futuro próximo, e quem sabe render uma boa poupança”, comenta.
Segundo a Sociedade Numismática Brasileira, o valor de uma moeda, seja ela antiga ou nova, é baseada na quantidade que foram feitas e no estado de conservação em que se encontram. Quanto menos peças foram cunhadas e melhor seu estado de conservação, maior é seu valor.
Ainda segundo a instituição as moedas das olimpíadas atualmente não possuem um valor elevado. As que circularam no comércio valem algo em torno de R$1,50 cada, com exceção da moeda da Bandeira que, mesmo circulada, vale algo em torno de R$50. O conjunto com as 16 moedas (sem a bandeira), sendo todas elas “flor de cunho” (termo utilizado por colecionadores para denominar moedas que nunca entraram em circulação no comércio, foram tiradas dos saquinhos lacrados do Banco Central, como chegam no banco), valem algo em torno de 50 reais.
Atualmente, não é possível chegar a um número exato de quantos colecionares tem no Brasil. A quantidade de novos colecionadores aumentou consideravelmente nos dois últimos anos devido as moedas comemorativas das Olimpíadas Rio 2016, que circularam junto com as moedas comuns e despertaram o interesse de pessoas de todas as idades.
Os principais encontros de Numismática em São Paulo são promovidos pela Sociedade Numismática Brasileira, no centro da cidade, na Rua Martins Fontes, 71 – Centro, São Paulo. Os próximos encontros especiais devem ocorrer nos dias 23 e 24 de junho e 22 e 23 de setembro. Haverá também o XXI Congresso Brasileiro de Numismática entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro.