Apenas 3% de aproximadamente 76 milhões de toneladas de lixo são reciclados por ano no Brasil. Os dados preocupantes são do estudo realizado pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), em 2016. Pensando em uma alternativa para esse cenário, cinco alunos do Ensino Médio da Escola Técnica Estadual (Etec) Profª Maria Cristina Medeiros, de Ribeirão Pires, criaram o projeto Cottroca – A empresa que troca e inova, iniciativa que ganhou destaque até mesmo no Twitter oficial do Governador Geraldo Alckmin.
A ideia é unir sustentabilidade, tecnologia e entretenimento, fazendo com que as pessoas pratiquem o processo de reciclagem com um incentivo extra para a ação: o jogo EcoRun-Corrida Maluca. O desafio partiu dos próprios estudantes quando o tema sustentabilidade foi abordado no conteúdo da aula de biologia. Entre os assuntos trabalhados estavam preservação do meio ambiente, medidas preventivas e reciclagem.
“A partir do que eles aprenderam na sala de aula, a proposta foi que desenvolvessem um trabalho criativo e inovador utilizando o tema e que o projeto fosse aplicado na sociedade”, conta a professora de biologia Pamela de Oliveira Soares.
O jogo – Cada nível do jogo tem três fases com três objetivos. Na troca de objetos eletrônicos, o participante ganhará um cartão com um QR Code que deverá gerar pontos para desbloquear novos modelos de carros no game. Cadernos usados geram avatares e garrafas pet, estágios inéditos. Levando ao Cottroca um combo contendo os três materiais o jogador recebe 3 mil ecomoedas para comprar itens.
No futuro, a partir de parcerias com as prefeituras e a população, a equipe planeja montar trailers, que ficariam localizados em bairros com maior quantidade de lixo a ser reciclado. “Pensamos também em procurar empresas de jogos, publicidade e cooperativas, onde seriam trocados celulares, baterias, garrafas pet e cadernos”, afirma a estudante Daiane Pontes.
De acordo com a agente local de inovação da Agência Inova Maria Cristina Medeiros, Cíntia Pinho, um dos objetivos de 2017 é unir o conteúdo das matérias de biologia e informática. “Queremos dar continuidade ao projeto com os alunos que estão desenvolvendo os trabalhos de conclusão de curso. Ainda neste ano, tentaremos desenvolver o aplicativo”, conclui.