Mauá e Ribeirão não pagam repasses e Apraespi atrasa salários e 13º

O segundo semestre de 2016 está se encerrando de maneira problemática para a Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com deficiência), maior centro de reabilitação do Grande ABC. A entidade, que beneficia cerca de 2 mil pessoas por dia, não recebeu recursos oriundos dos convênios firmados com as prefeituras de Ribeirão Pires e Mauá, o que comprometeu o pagamento dos salários de dezembro e o 13º dos seus mais de 300 funcionários.

Apraespi enfrenta dificuldades financeiras

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Segundo a entidade, desde junho, a Prefeitura de Ribeirão Pires não paga os valores referentes ao convênio para atender a 170 alunos com deficiência, totalizando R$ 636 mil em atrasados. Mauá, por sua vez, deve uma parcela de R$ 256 mil de um convênio para atender a seus munícipes. Além dos problemas com as administrações locais, o Ministério da Saúde também está pendente com a Apraespi e não repassou R$ 700 mil referentes aos serviços prestados em novembro.

Na somatória, são mais de R$ 1,5 milhão em aberto, valor que seria suficiente para quitar tanto os salários do mês de dezembro quanto o 13º. Em nota, a diretoria da Apraespi pediu desculpas aos funcionários e justificou que “não tem como obter empréstimos junto à Caixa Econômica Federal por não se enquadrar nos critérios do teto MAC (média e alta complexidade)”, além de lamentar “que os governos não se importem com as pessoas com deficiência”.

Kátia Costa Lopes de Araújo, mãe do aluno Dennys, atendido no Centro de Autismo da Apraespi: “Eu estou indignada com o descaso das prefeituras com as nossas crianças com deficiência. Como vão manter as crianças na Apraespi? Muitos não têm condições de ir para as escolas regulares, que não estão preparadas para receber alunos com deficiência. Falo pelo meu filho, ele não tem condição de ir. A Apraespi acolheu a mim e as outras mães e cuida dos nossos filhos da melhor maneira”.

Lair Moura, superintendente da Apraespi, ressaltou que ser preciso que “os governantes tenham compromisso com as crianças com deficiência. Todo mês a Apraespi tem que brigar para receber os recursos que já são da associação por direito. Isso precisa mudar! Fazemos rifa, bingo e bazar de roupas doadas e usadas. Sabemos que o País está em crise, mas esse é um problema da Prefeitura, que não repassa o dinheiro”.

Ribeirão Pires culpa Governo Federal – Em nota enviada ao Mais Notícias, a Prefeitura de Ribeirão Pires atribuiu a culpa da situação ao Ministério da Saúde: “O atraso se deu porque não houve repasse do Governo Federal para a Secretaria de Saúde e Higiene do município que realiza o pagamento da APRAESPI”, afirmando que a situação será regularizada tão logo os montantes sejam quitados: “O pagamento depende do repasse do Governo Federal”.

A Prefeitura de Mauá não retornou nosso contato até o fechamento desta edição.

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