O ano de 2017 já começou e, sob nova direção, a cidade de Ribeirão Pires terá uma série de desafios a enfrentar. Um deles é o financeiro, uma vez que, como a grande maioria das cidades brasileiras, há uma crise que resultou na queda da arrecadação.
Mas a quantas andam as finanças de Ribeirão Pires? O Jornal Mais Notícias, com base em dados do IBGE e da Secretaria do Tesouro Nacional reunidos pelo portal Compara Brasil fez uma análise da situação financeira da cidade entre 2013 e 2016 e constatou que a situação preocupa.
Em 2013, primeiro da gestão Saulo, subtraindo receitas de despesas, a cidade registrou um superávit de R$ 2.966.928,33, um cenário muito bom em se tratando de um primeiro ano de governo. Nos anos seguintes, contudo, a situação degringolou.
Em 2014, o cenário se inverteu e Ribeirão Pires entrou para o rol das cidades que “entraram no cheque especial”. Naquele ano, as despesas superaram as receitas em cerca de 6% e houve déficit de R$ 15.155.259,40, uma vez que receitas e despesas não cresceram na mesma proporção.
Já em 2015, o déficit municipal explodiu, atingindo incríveis R$ 69.337.527,95, ou seja, a gestão Saulo Benevides se afundou ainda mais no “cheque especial”, fazendo com que o rombo nas contas públicas crescesse inacreditáveis 457,5% de um ano a outro, mais do que a taxa média de juros dos cartões de crédito que, em abril deste ano, por exemplo, estava em 435% ao ano. Seria como se a Prefeitura ficasse um ano inteiro sem pagar a fatura do cartão de crédito, por exemplo.
Para 2016, o cenário não é nada animador. Com previsão orçamentária de quase 400 milhões e arrecadação que não deve passar de R$ 258 milhões, segundo fontes consultadas pelo Mais Notícias, pode-se projetar um déficit estratosférico de R$ 140 milhões, o que seria 945% maior do que o de 2014 e mais de 200% superior ao do ano anterior.
Em entrevista recente, Saulo Benevides chegou a se irritar quando questionado se o orçamento municipal fora superestimado, mas negou ter responsabilidade: “não fui eu quem fez a dívida, foi a crise”. Fato é que culpa da crise ou não, há diversos credores batendo à porta da Prefeitura com contas que, certamente, irá causar dores de cabeça à cidade por algum tempo.