Uma praça, segundo o dicionário Houaiss, é, entre outras definições, um “lugar aberto e espaçoso, em geral cercado de edifícios”, usualmente usada para o lazer. Entretanto, a Praça Celso Daniel, localizada entre a escola Lavínia Figueiredo Arnoni, a Biblioteca Olavo Bilac e a Fábrica de Sal, no Centro Alto, se transformou em uma espécie de estacionamento a céu aberto a disposição de carros oficiais, funcionários da Prefeitura de Ribeirão Pires e até mesmo pessoas que deixam o carro no Centro e vão trabalhar em outras cidades.
Alguns munícipes procuraram nossa redação inconformados: “em uma cidade em que não há áreas de lazer, os parques estão fechados ou a serviço de repartições públicas, é um absurdo ver uma praça tomada por carros”, contou uma delas. Outra, relatou problemas ainda mais graves: “estava saindo com meus filhos da escola quando um motorista jogou um carro sobre nós”.
De fato, em diversas visitas ao local, a reportagem do Mais Notícias flagrou uma média constante de 30 veículos estacionados, tanto usando a grama (que quase já não existe em determinados locais) quanto os passeios por onde deveriam passar os pedestres – especialmente usuários da biblioteca e alunos da escola. Dentre os carros, há veículos particulares e também oficiais. Chama a atenção uma placa indicando velocidade máxima de 10 km/h.
Cabe ressaltar que o local está interditado pela Prefeitura, tanto por questões de segurança quanto pelo fato de que a área encontra-se em estudos para tombamento estadual pelo Condephaat. Ou seja: o local que não pode ser utilizado para lazer da população, como as atividades culturais promovidas pelo Coletivo Sal da Terra, pode ser usado para o estacionamento de veículos – uma grande contradição.
Questionada sobre o assunto, a Prefeitura afirmou que “concedeu autorização provisória para estacionamento no espaço enquanto está adequando vagas para acomodar veículos dos recentemente instaurados no entorno – Central de Ambulâncias e Setor de Transportes da Educação – somados a Biblioteca e a Escola Municipal que já funcionavam” (não foi fornecida qualquer explicação sobre como e onde serão criadas tais vagas), além de ressaltar que “agentes de trânsito passaram a fazer monitoria dos pedestres que utilizam as passagens, com a finalidade de evitar acidentes e promover segurança, além de organizar o tráfego de veículos no espaço durante esse período de adequação”.
O Mais Notícias seguirá acompanhando o caso.