Hercules Giarola deve disputar prévias contra Saulo Benevides
O vereador Hercules Giarola se apresentou, recentemente, como pré-candidato a prefeito pelo PMDB, o mesmo partido do prefeito Saulo Benevides. A decisão dele fará com que a legenda realize prévias para definir quem será o candidato governista em outubro. Em entrevista exclusiva ao Mais Notícias, ele fala sobre os motivos que o fizeram colocar seu nome à mesa e também sobre algumas ideias para o futuro de Ribeirão Pires.
Mais Notícias – Qual a motivação para se colocar como pré-candidato?
Hércules Giarola – Sempre tive a pretensão de disputar uma eleição majoritária. E, na conjuntura atual do país, em que há rejeição à classe política e prioriza-se o combate à corrupção acredito que posso contribuir e colaborar mais com Ribeirão Pires do que tenho feito hoje como legislador, embora não esteja frustrado como vereador. Fui subprefeito e depois secretário de Ouro Fino por dois anos e, até pela característica do posto que dá autonomia de trabalho, me despertou a vontade de um dia tentar um cargo majoritário.
MN – Você mudou de partido recentemente, por quê?
HG – Me filiei ao PMDB (NR: Estava filiado ao PROS) porque é um partido que tem condições de eleger três vereadores. Após a migração, algumas pesquisas mostraram que meu nome é bem citado e, por conta disso, pedi ao partido a gentileza de analisar meu nome. Para minha surpresa e a de muita gente, tive intenções de votos similares (as de Saulo), mas sem rejeição. Mas, como o partido já tem um pré-candidato, o prefeito Saulo que concorre à reeleição, pedi para que fosse aberta a disputa de prévias, não só para mim, mas para todos os filiados do partido que tenham esse desejo.
MN – Você acha que a plataforma da atual gestão está no caminho certo?
HG – Acho que o governo fez muita coisa boa, basta olhar ao redor e ver que tem obra espalhada em basicamente todos os bairros, mas claro que tem algumas coisas que eu faria diferente. Daria para fazer mais com pessoas que tivessem a devida qualificação para os cargos de primeiro escalão. Por isso pretendo, em breve, propor um projeto de lei que exija diploma superior compatível com o cargo ocupado para os secretários municipais para não acontecer aqui o que acontece em outras cidades, em que a qualificação técnica da equipe é muito pequena. É preciso colocar as pessoas certas nos lugares certos para que o trabalho renda mais. A cidade é uma empresa e tem que ser gerida como tal.
MN – Na sua opinião, esta rejeição contra a gestão pode “contaminar” uma candidatura governista, mesmo que não seja a de Saulo?
HG – De maneira alguma. Quem conhece o Hércules, conhece o Hércules. Em uma família não dá para falar que todos os irmãos são iguais, assim como nem todo governo transfere para outro as coisas ruins. Quem vem, traz uma bagagem diferente.
MN – Olhando mais à frente, qual seria a principal mudança que você promoveria para Ribeirão Pires?
HG – Ribeirão Pires precisa de mais qualidade de vida. Ela gera emprego, renda e uma série de coisas. Uma das principais mudanças que eu faria de imediato é tornar o celular uma das principais ferramentas de trabalho do prefeito, com a participação da população.
MN – Como seria essa participação?
HG – Por exemplo, temos dois hospitais em Ribeirão Pires, públicos, que não funcionam bem. Não seria melhor um só funcionando bem? O que a população acha melhor? O São Lucas funcionando bem e desativar a UPA, ou até mesmo vender a UPA? Ter uma UPA funcionando melhor, concluindo o Hospital e vender o São Lucas? Ou ainda vender os dois, trazer um investidor e fazer um mega-hospital? Isso é uma coisa que não pode vir de cima para baixo, o povo tem que decidir.
MN – E quanto ao turismo e a economia local, quais suas ideias?
HG – Qual a aptidão de Ribeirão Pires hoje? A produção de água. Temos que preservar e para isso, temos que erradicar as espécies invasoras, como pinus, eucaliptos, fícus que não acrescentam em nada para nosso meio ambiente, só retirando a água. O Eucalipto, para fixar um quilo de madeira, consome 500 litros de água. Temos que pensar adiante, transformar a cidade em capital ecológica e assim fomentar o turismo ecológico. Aqui pode ser um paraíso, uma estância hidromineral com potencial de reserva ecológica fantástico. É um oásis perto da Capital. Por isso também fui autor de um projeto que obriga empresas de lavagem automotiva a ter uma estação de tratamento de água para reuso, para reaproveitar até 80%. Há empresas que trabalham até com sais, que vão para a Billings. Exatamente por isso é importante preservar o rio Ribeirão Pires. Não pode acontecer de ele nascer aqui e morrer aqui, isso é lamentável. Para ser um bom prefeito é preciso pensar a longo prazo e deixar um legado, pensando nesse custo socioambiental.
MN – O que Ribeirão Pires pode esperar do pré-candidato Hercules Giarola?
HG – Como pré-candidato, digo a população de Ribeirão Pires que há mais um potencial postulante à Prefeitura para que ela possa também ter opção de escolha interessante para a cidade, que já fez trabalho no legislativo e executivo, que entende de gestão e Ribeirão Pires tem muito a ganhar com um prefeito que possa pensar em longo prazo. Hoje, temos 32% de esgoto tratado na cidade, uma vergonha para um país de primeiro mundo, mas aceitável em um de terceiro. E não queremos ser terceiro mundo, buscar alternativas em locais onde não é possível tratar esgoto que sejam ofertadas para as famílias. O futuro passa pela produção de água potável e no investimento na geração de emprego e renda no ponto de vista ecológico. Ribeirão não será uma potência industrial, isso não é permitido nem pela legislação. A prioridade tem que ser essa, além de investir em tecnologia e solução de problemas.
