O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), pediu ao presidente da Câmara, o vereador Zé Nelson (PMDB), para que retirasse da pauta de votação da Câmara o Projeto de Lei 004/2016 que trata da concessão de área pública para construção de um shopping center no centro alto da cidade. Segundo o prefeito, a ideia é enviar a proposta para consulta popular, de modo a mostrar para os vereadores que a maioria da população é favorável ao projeto.
“Retirei o projeto para consulta popular. Acreditamos que a maioria da população é favorável a um shopping em Ribeirão Pires, mas para atrair investidores temos que propor a doação da área. Vamos explicar isso para as pessoas e esperar que os moradores decidam o que querem para o futuro da cidade”, explicou o prefeito.
O projeto possui dois pontos controversos. O primeiro remete ao prédio histórico da Fábrica de Sal que, segundo o prefeito, “não será derrubado”. A Prefeitura informou que existe compromisso assinado junto ao Ministério Público garantindo a preservação da fábrica. “Vamos aguardar a avaliação do Condephaat sobre o tombamento. Se for necessário, o prédio será restaurado”, disse Saulo.
O outro ponto trata da concessão da área pública por 99 anos. A Municipalidade explicou que a cessão é necessária “para atrair investidores”. Conforme explicado pelo prefeito, as cidades então vivendo um período de guerra fiscal para garantir emprego e investimentos. “Após um intenso estudo, descobrimos que a única área que tornaria viável a construção de um shopping é essa da Fábrica de Sal”, assegurou o alcaide.
A área é avaliada em cerca de R$ 20 milhões. Para a Prefeitura, esse valor seria recuperado em menos de cinco anos por meio da arrecadação de impostos sobre a construção do empreendimento e sobre as vendas realizadas após a inauguração.
“Atualmente tem prefeituras construindo galpões e entregando gratuitamente para empresários com objetivo de atrair empresas. Nosso caso não é diferente. Queremos garantir um grande investimento e temos que dar os incentivos. Se não for nesta área e não houver concessão, não haverá investidores e a cidade perderá a oportunidade de ter um shopping no centro alto”, exemplificou Saulo.
Números importantes – Caso seja aprovado a construção de um shopping na área citada, a Prefeitura prevê geração de ao menos 500 empregos durante a construção e outros 1000 após a inauguração. O Centro Alto, região predominantemente residencial, passaria a contar com agências bancárias, supermercado, casa lotérica, e uma vasta gama de serviços e comércios.