Coligações e renovação

Por Marinho do Gás, empresário

De acordo com a nova lei eleitoral, o mês de março promete grande agitação nos bastidores políticos – ainda que seja na calada da noite. Nele, aqueles que possuem mandatos eletivos terão a janela para mudar de legenda até o dia 18 sem sofrer punições por infidelidade partidária.

Ao meu ver, os políticos que usam desta artimanha cometem uma traição ao seu eleitorado, já que muitos eleitores votam em um político pela sigla que ele representa, seja ele trabalhista, socialista, cristã ou de qualquer outra linha de pensamento. A estes, lembro de um velho ditado que diz “macaco que pula de galho em galho uma hora leva chumbo, principalmente quando vai para o quintal errado”.

Voltando ao mês de março, após o dia 18, virá o prazo para os novos pré-candidatos que vai até 2 de abril. Nele, eles decidirão por qual partido irão concorrer nas eleições, exercendo o direito de ir e vir sem depender da anuência do presidente do partido ao qual estão filiados. Com isso, podem aumentar a oportunidade de vitória concorrendo por uma legenda onde haja “políticos profissionais” e/ou “oportunistas/estrelas” tentando a reeleição.

As chances de eleição por uma legenda onde eles não estão passam a ser de 99%. O 1% restante depende do próprio candidato para ser o mais votado da legenda, lembrando que, para isso acontecer, o partido precisa atingir o coeficiente eleitoral para eleger um ou mais vitoriosos. Um exemplo ocorreu na eleição passada, onde uma determinada legenda elegeu dois vereadores “nanicos” em Ribeirão Pires, simplesmente porque não havia nenhuma das tais “estrelas”, todos tinham o mesmo brilho e tamanho. Ah! E o mais importante: esta legenda não aceitou coligação, o que resultou nas vitórias. Este exemplo demonstra claramente que o fator determinante são as coligações. São elas que mantém os políticos profissionais no poder.

O que me levou a escrever este artigo é que nos últimos meses, tenho sido questionado sobre o porquê de os vereadores ficarem tantos anos no poder, sem que a renovação aconteça como a população gostaria. Como disse anteriormente, o fator determinante se chama coligação, onde os grupos profissionais da política determinam quem sai e quem fica. Caso elas continuem, a renovação este ano não passará de 30% a 40%. Ou seja: teremos 5 a 7 novos vereadores, com 10 a 12 se mantendo. É esperar para ver.

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