O futuro da Fábrica de Sal, que é cotada para dar lugar a um shopping center, levará ainda um tempo para ser conhecido. Após protestos e pressão popular, a Câmara Municipal de Ribeirão Pires adiou a votação do Projeto de Lei 004/16, que concedia a área, localizada no Centro Alto, à iniciativa privada para a construção do empreendimento.
Segundo o texto da lei, a área seria concedida gratuitamente, por 99 anos, ficando a cargo do concessionário a obtenção das licenças ambientais. Além disso, segundo o prefeito relatou recentemente, o vencedor também seria responsável pela realocação da escola existente no terreno (além de ampliar o número de vagas oferecidas) e a biblioteca ocuparia um espaço no prédio que também seria sede de serviços públicos como Poupatempo, por exemplo.
Na última segunda, o assunto tomou boa parte da Sessão Ordinária, realizada sob protestos de populares e membros de conselhos, com acalorada discussão que, ao final resultou em adiamento da votação e agendamento de Audiência Pública para o próximo dia 18. Alguns vereadores também questionaram o fato de o projeto ter sido enviado em regime de urgência, o que impediu uma melhor análise do texto.
Mudança de planos – Entretanto, na mesma data, foi agendada uma Sessão Extraordinária para a tarde de ontem, tendo como única pauta justamente o projeto de Lei 004/2016, o que motivou protestos cobrando a realização da Audiência Pública por parte de populares e movimentos sociais, como o Conselho Municipal de Política Cultural que, em carta aberta, condenou a iniciativa que “representa a total falta de espírito cívico e o desrespeito profundo à memória de nossa cidade e à sua história de formação”, além de lamentar a postura da Prefeitura que estaria fazendo “barganha mercantilista” em troca de “subempregos”. Com palavras de ordem e até mesmo a paródia de uma marchinha de Carnaval ironizando a postura do prefeito Saulo Benevides, o protesto durou durante todo o período em que a sessão, agendada para as 14h, deveria ter sido realizada. Mesmo sem ter sido realizada, os vereadores Renato Foresto (PT), Eduardo Nogueira (SDD), Berê do Posto (PMN), Diva do Posto (PR), Gabriel Eid Roncon (PTB) e Flávio Gomes (PPS), se declararam contrários à proposta.
Por fim, o presidente da Casa, vereador José Nelson de Barros (PSD), acabou por suspender a sessão: “não há quórum mínimo para realizá-la”, afirmou, antes de completar: “os vereadores não compareceram para colocar o projeto em pauta. Nem abri a sessão. Fica a audiência marcada para dia 18 para ver a opinião da população da cidade”.
Desta maneira, o próximo capítulo da “novela” Fábrica de Sal está marcado para o dia 18, as 19h, na Câmara. Resta saber se será o capítulo final.