Pela segunda vez consecutiva, a taxa de desemprego registrou queda no ABC, passando de 13,1%, em setembro, para 12,5% em outubro. No mês anterior a taxa já havia caído em relação agosto, mês em que atingiu 13,6%. Apesar da redução, a taxa está 2,2% acima do registrado em outubro de 2014. Os setores que mais contrataram foram Comércio e Indústria da Transformação, que geraram 14 mil e 5 mil postos de trabalho, respectivamente. As informações são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED ABC), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada nesta quarta-feira (25) na sede da entidade regional.
O contingente de desempregados foi estimado em 173 mil pessoas, 9 mil a menos do que no mês anterior. Em outubro de 2015, a taxa de desemprego total na Região do ABC (12,5%) ficou acima da observada no mesmo mês de 2014 (10,3%). Em termos absolutos, o contingente de desempregados ampliou-se em 27 mil pessoas, como resultado da retração do nível de ocupação (eliminação de 53 mil postos de trabalho), movimento atenuado pela redução da População Economicamente Ativa – PEA (26 mil pessoas saíram da força de trabalho da região). “Este ano temos observado a maior variação de desemprego desde 2003. As pessoas estão aguardando o mercado aquecer para procurar emprego”, relatou o economista da Fundação Seade e coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian. “Há momentos que não são bons para se procurar emprego, e outubro foi um deles. Por conta das notícias que se espalham sobre as poucas contratações das empresas, menos pessoas procuram empregos e isso tem impacto direto na taxa de desemprego”.
Entre setembro e outubro, a taxa de desemprego total manteve-se relativamente estável na Região Metropolitana de São Paulo (de 14,2% para 14,3%). Na Região do ABC, o contingente de ocupados permaneceu em relativa estabilidade (0,2%), passando a ser estimado em 1.214 mil pessoas. Já o número de assalariados diminuiu 1,3%. No setor privado, reduziu-se o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada (-1,0%) e elevou-se o sem carteira (7,1%). No setor público, o número de assalariados retraiu-se em 10,6%. No mês em análise, aumentaram o contingente de autônomos (3,7%) – com crescimento dos que trabalham para o público (7,9%) e redução dos que trabalham para empresas (-5,1%) – e o dos ocupados nas demais posições (11,5%) e diminuiu o dos empregados domésticos (-2,7%).
Entre agosto e setembro de 2015, caíram os rendimentos médios reais de ocupados (-2,3%) e assalariados (-1,7%), que passaram a equivaler, em média, R$ 2.017 e R$ 2.107, respectivamente. “Temos observado massas de rendimento cada vez mais baixas. Uma hora ficará difícil estimular o comércio se essa perda de poder de compra perdurar, e poderá afetar a estrutura do setor de Comércio no ABC, um dos contrapesos à taxa de desemprego”, alertou o economista.