No final da tarde de ontem, após alguns adiamentos (incluindo um no mesmo dia por conta de um vazamento na tubulação), o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve em Ribeirão Pires para a inauguração da interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, obra vista como parte importante para amenizar a crise hídrica que atinge especialmente a região metropolitana de São Paulo.
A tubulação, com cerca de 10,5 Km, irá bombear, fazendo uso de 4 máquinas, 4.000 litros (4 m³) de água por segundo, entre os reservatórios iniciando em Rio Grande da Serra e terminando na Avenida Vereador Aroldo Alves Neves (Estrada do Pouso Alegre), onde irá desembocar no Córrego Taiaçupeba-Mirim e, por fim, na represa Taiaçupeba, em Suzano, onde fica a estação de tratamento de água que “teve sua capacidade ampliada para 15m³”. O governador ainda disse que o investimento, da ordem de R$ 130 milhões, “irá permitir que 1,2 milhão de famílias da Grande São Paulo sejam atendidas”.
A solução foi encontrada por conta do desnível entre os sistemas de reserva de água. O Rio Grande, hoje, está com mais de 85% da capacidade, em contraste com os sistemas Cantareira e Alto Tietê que estão com cerca de 16% cada – lembrando que, no primeiro caso, estão contabilizados dois volumes mortos. Desta forma, a ideia é poder manobrar e otimizar os recursos. O investimento também trouxe outro benefício: “O rodízio está descartado”, garantiu Alckmin, antes de ressaltar que, isso também é resultado da “cultura do uso racional da água implantado no Estado”.
“O caminho para acabar com a vulnerabilidade é integrar as bacias”, afirmou, antes de explicar: “para evitar a falta de água, vamos equilibrar os sistemas. O Cantareira contribuía com 33 m³ de um total de 60. Hoje, ele fornece 12, menos que o Guarapiranga, com 16. Essa interligação permite isso. ”
O empreendimento beneficiará, diretamente, bairros das zonas Leste e Norte da Capital, além de todo o município de São Caetano do Sul e 70% da cidade de Guarulhos.
O presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, se declarou “muito feliz” e que a obra não irá afetar a região: “é a metodologia mais correta e eficaz para resolver a crise hídrica em São Paulo”, ele ainda afirmou que a cidade deve receber uma contrapartida: “estamos negociando a instalação de um parque ecológico, um investimento de R$ 4,3 milhões”, concluiu.