Fusão entre PTB e DEM pode mexer na base governista de Ribeirão

O assunto do momento nos bastidores da política nacional (excluindo-se a Operação Lava Jato) é a iminente fusão entre PTB e DEM, duas das maiores legendas do país que tem importante representatividade em todas as esferas de poder.

O acerto está em tal nível que, após reunião entre as cúpulas dos partidos, ficou definido inclusive que o “novo” partido se chamará PTB-25, juntando o nome de um com o número de outro, presidida pela filha do ex-deputado federal Roberto Jefferson, delator do Mensalão, a também deputada federal Cristiane Brasil (RJ), presidente do atual PTB, já que o senador Agripino Maia, mandatário do DEM, responde a inquérito no STF.

O partido, que será a quarta maior bancada do Congresso, começará neutro em relação ao governo Dilma, tendendo a oposição, já que será liderado por políticos do DEM, deputado Mendonça Filho (PE) e o senador Ronaldo Caiado (GO), dois dos maiores críticos da presidenta. Com isso, caso não mude de legenda, o PTB perderá o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, comandado por Armando Monteiro.

Jorge autoescola

E, justamente por conta desta parte final – os posicionamentos em relação aos governos – que pode gerar desconforto em estados e municípios. Em Ribeirão Pires, o vereador Jorge da Autoescola (DEM) seria afetado. Ele, que é da bancada de sustentação, integraria um partido que contaria com fortes oposicionistas ao governo Saulo, como o ex-prefeito Clóvis Volpi, entre outros.

“Ainda não fui comunicado sobre isso e vou aguardar antes de tomar qualquer atitude”, afirmou o vereador antes de ressaltar que, dependendo do desenrolar dos fatos, pode até mesmo aproveitar a chamada janela de transferências e migrar para outra legenda.

Já o presidente do PTB de Ribeirão Pires, Antonio Muraki, não escondeu que a situação, especialmente para os políticos que tem mandato é desconfortável, mas ressaltou que a decisão é das executivas e será acatada. Quanto a posição de Jorge (e outros filiados), ele afirmou que será discutida no momento oportuno: “vamos sentar e conversar, apresentando nossa posição, mas o partido tem um estatuto que deve ser respeitado”.

Quanto a 2016, ele vê que a situação pode ser favorável tanto à nova legenda quanto a política como um todo: “vejo isso de maneira muito positiva. Sou favorável a diminuição de legendas”.

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