A crise hídrica vivida pelo Estado de São Paulo e boa parte do Brasil vem causando problemas, ocasionando manifestações virtuais contra a falta de planejamento do Governo e, recentemente contra algumas medidas adotadas para combater a falta d’água. Em janeiro, um grupo de aproximadamente 30 pessoas andou pela Rodovia dos Imigrantes exigindo que o Governador Geraldo Alckmin deixasse de retirar água da Represa Billings para abastecer as regiões mais necessitadas.
A Represa Billings é um dos maiores e mais importantes reservatórios de água da região metropolitana de São Paulo, e que há mais de 60 anos vem sendo utilizada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Os rios Grande (desde 1958) e Taquecetuba (desde 2000) são os dois braços utilizados pela Estatal.
Do Rio Grande são captados, segundo informações da Sabesp, cerca de 5,5 m3/s e do braço do Taquecetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga), 2,19 m3/s. De acordo com a Estatal o “Rio Grande tem capacidade de 112 milhões de metro cúbicos de água. Somando-se Sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m3/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas, equivalendo a mais de um terço do Cantareira ou metade do Sistema Alto Tietê. Além disso, a Billings contribui com o rio Cubatão, cujas águas são utilizadas para o abastecimento do litoral paulista. Essa contribuição ao rio Cubatão representa água para abastecer cerca de 250 mil pessoas”.
Segundo a responsável pelo abastecimento e esgotos da região, há projetos que deverão ser concluídos até o fim de 2015. Um deles, enviado pelo Governo do Estado de São Paulo ao Governo Federal que já aprovou para ser incluído no PAC (Programa de Aceleração e Crescimento), prevê a interligação do Rio Pequeno (outro braço da Billings) ao Rio Grande, que acrescentará mais 2,2 m3/s á produção do Sistema Rio Grande. Em andamento está a obra para a entrada em operação do braço do Rio Grande na represea Billings com mais 4 m3/s, transferidos como reforço para a represa Taiaçupeba (Alto Tietê). “É importante salientar que isso aumentará a contribuição do Rio Grande, que através da interligação de sistemas já tem ajudado a diminuir a demanda do Cantareira”, detalha a Sabesp.
Questionados sobre possíveis mudanças no cenário da Billings, a Sabesp garantiu que as obras não irão mudar o desenho atual do reservatório. “As obras, em sua maioria, serão de instalação de dutos para a captação da água. Famílias residentes às margens da represa não serão afetadas”, garantiu a Estatal que completou a informação: “Acontecerá um aumento no volume da água, mas devido a crise hídrica que enfrenta o Estado, isso não será problema”, finalizou a Companhia.