DILMA NA DEFESA DE TRAFICANTE DE DROGAS

Nelson Camargo

É conhecido o recente episódio em que um traficante de drogas brasileiro foi condenado à morte na Indonésia, pois de acordo com as leis desse país, toda pessoa que comprovadamente pratica esse ato, deve sofrer a pena máxima.

Dilma, usando das prerrogativas das leis internacionais, pediu ao país que aplicasse uma pena mais branda a este condenado e a outro, que está em vias de também o ser, alegando razões humanitárias.  É contraditório que uma pessoa que defendeu a luta armada para chegar ao poder, o que envolve uma guerra civil e morte aos adversários, agora se volte contra a morte de um traficante, sob o pretexto humanitário da defesa da vida. Também é contraditória neste sentido, a admiração e cordialidade político-diplomática que ela tem por Fidel Castro, uma pessoa que, justamente ou não, mandou fuzilar vários adversários políticos. Nesse caso, ela se mostra favorável à pena da morte, no caso de traficantes, não.

Se fosse o caso de a Indonésia estar condenando alguém que não tivesse cometido crime algum, seria plenamente justificável e ela teria o apoio da comunidade diplomática internacional.

Por outro lado, pedir é uma coisa, exigir, passando por cima das leis de outro país, é um ato autoritário que foge ao bom senso.

No momento em que ela declarou que as relações entre o Brasil e a Indonésia estavam estremecidas, pelo fato de o país asiático ter cumprido as suas leis, e não ter se curvado as suas exigências, ela demonstrou total falta de tato político-diplomático. Num segundo momento, ela mostrou falta de reflexão e humildade para voltar atrás de um erro cometido, quando se negou a receber o novo embaixador indonésio, após este ser convidado para participar de um cerimonial. Teria feito a mesma coisa com um embaixador norte americano ou cubano?

Ademais, se a Indonésia tivesse se ajoelhado a esta exigência, estaria abrindo caminho a outros traficantes brasileiros, criando dois pesos e duas medidas: uma lei severa para traficantes indonésios e outra branda para estrangeiros.

Visto por outro ângulo, quantas mortes, quantos roubos e assaltos não são cometidos por pessoas viciadas, na fissura para arranjar dinheiro para sua obtenção de drogas. Quantas famílias destruídas, pelo fato de existir tráfico de drogas e governantes omissos.

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