Esta semana a ARIS (Associação Ribeirãopirense para Integração Social) recebeu a visita de um ilustre ex-colaborador. Luiz Carlos Nogueira, que leva junto ao seu nome o título ARAD (Advanced Royal Academy of Dance), é o primeiro bailarino formado por esta instituição em 1980. Prestes a completar 60 anos, Luiz Carlos tem vivido única e exclusivamente para a arte e projetos sociais.
Nascido em Santos, morou até os quatro anos em Ribeirão Pires, voltou para a cidade natal onde começou a estudar ballet. “Tive algumas idas e vindas até que em 1987 fundei aqui a Escola Municipal de Dança”, destaca o profissional das artes que, por conta de seu estilo de vida viajou para todo o Brasil levando o projeto Expansão da Dança. “A ARAD me deu essa autonomia de viajar por aí levando os ensinamentos do instituto. Como eles mesmos me disseram, eu sou a Escola”, detalha.
O sonho de Luiz, na verdade, nunca foi se tornar bailarino, mas as circunstâncias acabaram levando-o para esta vertente da arte. “Eu queria mesmo era ser artista de cinema”, revela mencionando nomes que o inspiraram como o da atriz Sarita Montiel e do garoto Joselito, alcunhas consagradas do cinema espanhol.
Tudo caminhava para este fim; aos 15 anos, Luiz Carlos estava em São Paulo trabalhando com teatro profissional e conseguiu seu primeiro papel em uma peça de teatro, onde nomes como Lucélia Santos e Ney Matogrosso faziam parte do elenco. “Mas infelizmente em 1973, o teatro morreu e eu tive que seguir carreira, tive que sobreviver”, relembra, dando destaque a sua passagem pela escola de dança de Odete Raia, mãe da atriz Claudia Raia.
Hoje, trabalha com projetos sociais levando a dança como cultura e educação. Sobre as dificuldades enfrentadas, Luiz vai à contramão e descarta a presença do preconceito como principal fato. Segundo ele, em seus projetos pais levavam seus filhos pelas mãos, vestidos com seus roupões e seus tênis que acendem luzinhas para as aulas. “Eles me diziam: Meu filho quer fazer aula de ballet, então eu tenho que apoiar”, salienta.
Com projetos como “Expansão da Dança” e o “Curso de Qualificação para Instrutores da Dança”, Luiz continua viajando o Brasil e aperfeiçoando sua didática. Em Ribeirão Pires, elogiou as instalações da Associação dizendo que “muitas escolas particulares não têm um estúdio de dança bem equipado como o da ARIS”.
Após a entrevista exclusiva ao Mais Notícias, Luiz participou de um bate papo seguido de uma palestra com ex-alunos, membros da ARIS e a fundadora da instituição, Norma Prisco.