O toque feminino na política

Cada vez mais, as mulheres mostram que podem desempenhar outras funções tão bem quanto desempenham a gerência do lar e da família. Cresce o número de representantes femininas em diversas áreas que sempre foram vistas como exclusiva para homens: construção civil, direção de grandes empresas e o comando de negócios maiores ainda, como uma cidade, um Estado ou todo um País.

Cresce o número de representantes femininas em diversas áreas que sempre foram vistas como exclusiva para homens, como a política

A eleição do próximo dia 03 será a primeira no Brasil em que duas mulheres concorrem ao cargo de presidente da República e estão entre os principais candidatos: Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). Anteriormente, tentaram o cargo Lívia Maria Pio de Abreu, que ficou em 17º lugar em 1989, e Heloísa Helena, em 2006, ficando na 3ª colocação. Na América do Sul, dois países já são governados por uma mulher. Michelle Bachelet foi eleita em janeiro de 2006 a primeira presidente do Chile. Em 2007, Cristina Kirchner tornou-se a primeira mulher eleita presidente da Argentina por voto, substituindo Nestor Kirchner, seu marido, que era presidente até então.

Ainda nas eleições de 2010 no Brasil, há uma candidata à vice-presidência; 18 disputam o cargo para Governador e 43 para vice; 35 concorrem ao Senado; 3.279 registraram candidatura para deputado estadual; 1.339 para deputado federal; 224 para deputado distrital; 59 como 1º suplente de Senador e 63 como 2º suplente.

Tatiane Espontone, de Ribeirão Pires, 32 anos, é uma das mulheres que disputará uma vaga na Câmara Federal, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Para ela, a participação da mulher na política vem crescendo de forma significativa e a tendência é crescer ainda mais. “As mulheres hoje já conquistaram muito espaço, tanto no mercado de trabalho, como na política e isso vem crescendo cada vez mais com o passar dos anos. Talvez, nesta eleição, tenhamos uma presidente mulher pela primeira vez. Se isso acontecer, será um fato marcante para nós mulheres. Só espero que ela não envergonhe nossa classe”, brinca ela, que iniciou sua carreira política aos 24 anos.

A vice-prefeita de Rio Grande da Serra, Helenice Arruda (PTB) também ingressou jovem no meio político. Participa da área desde os 18 anos, quando acompanhava as campanhas e atuação do pai, José Carlos Arruda, no Legislativo e Executivo do município.

Helenice destaca que apesar do aumento no número de mulheres disputando cargos eletivos, alguns fatores travam para que isso seja ainda maior. “Geralmente a mulher é mais centrada na família e, quando decide participar ativamente na política, ela acumula funções, obrigações e ao mesmo tempo busca perfeição; a imagem desgastada seguida de escândalos e manchetes negativas ligadas a políticos também é um fator, já que contrariam seus princípios; algumas poucas mulheres frente a desafios decidem lutar por mudanças, outras tentam defender e proteger sua família e se retraem; sem falar nas oportunidades e apoios que são mínimos, vindo de um mundo político bem masculino”, fala ela, que enumera o que difere a atuação da mulher na política, da do homem: “A mulher é comprometida com o bem, verdadeira, justa, honrosa, perfeccionista e naturalmente acolhedora e séria”.

Tatiane faz coro com Helenice sobre as virtudes da mulher na política. “Nós temos muitas qualidades que ajudam nessa carreira, como por exemplo: a mulher é mais sensível, pensa mais nas pessoas devido ao seu instinto materno, que todas nós temos, embora algumas ainda não tenham filhos, mas já nascemos com ele. Por isso, acredito que são as mulheres que vão fazer a diferença na política do nosso País”, conclui.

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