O inglês Lee Stuart, 50, supervisor de obras, está em Ribeirão para passar cerca de oito meses com a família de sua esposa, a brasileira Cláudia Cristina Faria, 39, atendente de help desk. Aproveitando sua estada aqui, ele fez algumas comparações entre sua cidade natal, Londres e Ribeirão, bem como a Inglaterra e o Brasil.
Stuart contou que não achou que o Município tenha muitas atrações. “Há poucos lugares onde você pode se sentar e tomar um café. A cidade é boa, mas não é tão turística”, afirmou. O supervisor também disse que está tentando aprender o português, porém acha que a versão europeia da língua é mais fácil de entender. “O português europeu não tem tantas regras e palavras derivadas”, falou.
Sobre as pessoas que moram em Ribeirão, Lee disse que as acha muito amigáveis, mesmo aquelas que ele não conhece. Quanto ao transporte, ele considera que o metrô de São Paulo é melhor que o de Londres. “Lá, o metrô é dividido por regiões. Se você sai do limite de uma região, você tem que pagar, e mais caro. Já aqui o valor é único em todas as linhas”, opinou.
Já a saúde da Inglaterra é mais bem estruturada do que a do Brasil, segundo Stuart. Ele diz que, enquanto o brasileiro paga por convênios, os britânicos usam o sistema público de saúde, pois têm consciência de que eles pagam taxas para isso. “Acho que os brasileiros deveriam usar mais o SUS, afinal, eles pagam pela saúde pública”, completou Cláudia.
Copa do Mundo
Como a Copa do Mundo está se aproximando, Lee também falou sobre a competição mais importante do planeta. Em sua opinião, o inglês acha que o Brasil não está preparado para receber a Copa e as Olimpíadas. “O grande erro do Brasil foi o de querer sediar duas competições em um intervalo de dois anos, pois a infraestrutura do país não é adequada para estes eventos”, afirmou. Quanto ao valor dos ingressos, Stuart contou que ele e a esposa ficaram espantados com os valores cobrados pela FIFA. “O torcedor comum que quer assistir a Copa no estádio não vai conseguir comprar um ingresso, somente os mais ricos e poderosos, e muitos são estrangeiros”, e completou: “A FIFA é muito corrupta.”
Sobre sua seleção, a Inglaterra, Lee diz não estar muito confiante. “Com sorte, vamos empatar no primeiro jogo e passar para a segunda fase”, falou. Por fim, o britânico disse que vai torcer pelo Brasil também, “mas se caso Inglaterra e Brasil se enfrentem, com certeza torcerei para que a Inglaterra vença.”