Para entendermos o processo que define os índices de emprego no Brasil a metodologia utilizada é fazendo, em determinado período, levantamento da população que encontra-se empregada e as que estão desempregadas e a procura de oportunidade de emprego.
O cálculo baseia-se na quantidade de pessoas economicamente ativas que leva em consideração o fator disponibilidade para atuar no mercado do trabalho. O índice de desemprego é dado pela fórmula:
% de desemprego = Quantidade de desempregados : pessoas economicamente ativas.
Conforme o IBGE, um dos órgãos que prestam a pesquisa, no mês de março de 2014, o índice de desemprego manteve a tendência de queda nas seis maiores regiões dos pais e chegou a 5%. Em março de 2013 o índice foi de 5,7%. Mas infelizmente a pesquisa aponta que a redução do desemprego não se deve ao aumento de ofertas de emprego, mas sim a menor procura dos desempregados, principalmente as mulheres e jovens, que estão à procura de oportunidades melhores ou preferem estudar.
Este quadro contrasta com a falta de investimento dos empresários, mediante as incertezas do nosso mercado; juros altos e crédito escasso e desaceleração do consumo. Particularmente entendo que a redução da procura de trabalho se deve ao aumento da renda familiar, a programas do governo, tais como “Bolsa Família”, “Minha Casa, Minha vida”, entre outros.
Entendo que a economia brasileira cresceu nos últimos anos, principalmente a partir de 1994 que iniciou com o plano Real e consequentemente controle da inflação, que deu maior confiança ao governo, empresários, população e investidores estrangeiros. Mas ainda é pouco, falta maior investimento em tecnologia e, principalmente, investimento na especialização de nossos profissionais.
Muitos profissionais não estão preparados, pois não tem o conhecimento adequado para exercer determinadas profissões. A população cresceu, temos notado a necessidade de profissionais especializados e, para atender a demanda, estamos sendo obrigados a importar profissionais de outros países como exemplo, podemos citar o programa “Mais Médicos”.
Por outro lado, 2014 é um ano atípico devido a Copa do Mundo que será realizada em nosso país. Muitos empregos foram e serão criados, seja na indústria, construção civil, comércio e serviços. Aqueles que têm interesse, esforço, dedicação e especialização certamente sairão na frente.
Principalmente por ser profissional de RH tenho vivenciado durante os anos várias mudanças que afetam o mercado de trabalho, sindicalização, greves, fechamento de empresas, abertura de novas empresas, inflação, deflação, aumento do poder aquisitivo, novas tecnologias, cultura da população, entre outros, que vão criando necessidades de investimentos e profissionalização, que culminam com o crescimento do nosso país.
Espero que as pessoas responsáveis por nossa economia se apliquem para que no futuro nos tornemos independentes de consequências externas, vejam mais a necessidade do Brasil e da população e, desta forma, podermos melhorar a vida de nossa população com a redução no desemprego.
Antonio Carlos Mozelli é consultor de Recursos Humanos.