Crianças do abrigo Novo Rumo estranham nova administração

No dia 31 de Março, o abrigo de crianças Novo Rumo, localizado no bairro Santana, em Ribeirão Pires, mudou sua administração, passando para as mãos da Prefeitura. Essa transição causou transtornos nas crianças que vivem no local, que teriam se rebelado contra os novos funcionários.

O vereador Renato Foresto (PT), comentou que, há algumas semanas atrás passava em frente ao abrigo e viu um carro da Guarda Civil Metropolitana (GCM) estacionado. Intrigado, foi procurar saber o que estava acontecendo, quando lhe informaram que as crianças estavam se rebelando contra a nova administração. Elas não se conformaram em perder as antigas cuidadoras, que as criavam como mães. “Tinham crianças que foram cuidadas desde bebês por essas mulheres, e agora perderam suas referências”, disse Foresto.

Abrigo acolhe crianças de 0 a 12 anos, de ambos os sexos

Abrigo acolhe crianças de 0 a 12 anos, de ambos os sexos

Motivo da mudança

De acordo com Celi Barreto, assistente social que trabalhou no abrigo, a administração, que estava aos cuidados da Associação Santana, deveria passar às mãos do município em 2009, mas como a gestão da época não podia manter financeiramente a instituição, os cuidados foram para o Ministério Público.

Na época, a prefeitura, que não assumiu a administração, solicitou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o qual o Ministério Público deveria prestar serviços para a entidade, repassando dinheiro para manter o local. Essa medida provisória venceria em 31 de Janeiro deste ano, porém novamente foi solicitado um novo prazo até o fim de Março, quando de fato houve a transição.

Celi explicou que as antigas cuidadoras tiveram a chance de permanecer, por meio de concurso público, porém não prestaram a prova. A assistente social ressalta que mesmo com nova administração, as crianças continuam sendo bem tratadas. “Sentimos muito também pela mudança. A gente pega amor, não tem jeito. Mesmo longe, pode ter certeza que o amor continua”, disse Celi.

Impacto nas crianças

Segundo o auditor Rafael Coelho, que visitou de perto as crianças, a mudança de gestão trouxe um susto inicial nelas. Inclusive uma delas, de 10 anos, diagnosticada com problemas psíquicos, não aceitou muito bem as novas gestoras e teria se irado. “No começo as crianças estranharam, mas agora já estão mais acostumadas, pois são muito bem tratadas”, comentou Rafael.

Compartilhe

Comente

Leia também