O empoderamento da sociedade, conceito cada vez mais difundido mundialmente na busca da emancipação individual e da consciência coletiva necessária à outorga do estatuto da cidadania a todas as pessoas, tem direta relação de causa-efeito com a democratização do conhecimento. Por isso é tão relevante o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais (23 de abril), instituído pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. Afinal, a leitura é a grande provedora do saber, informação e formação de indivíduos livres.
A celebração — uma homenagem a Miguel de Cervantes e William Shakespeare, falecidos nessa data, em 1616, bem como ao nascimento e morte de escritores como Maurice Druon, K. Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo — tem especial significado para o mercado editorial brasileiro em 2014, quando será realizada a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de 22 a 31 de agosto, no Parque Anhembi. Terceira maior feira do gênero em todo o mundo, sua realização sintetiza o esforço permanente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) de estímulo à leitura.
Nesse sentido, a entidade também apoia feiras de livros que acontecem em todas as regiões do País e atua em várias frentes, como a realização do Prêmio Jabuti, o mais importante do setor editorial brasileiro, que posiciona o livro num elevado patamar de visibilidade perante a opinião pública. Referendamos, com ações práticas, as metas do Dia Internacional do Livro, disseminando a cultura da palavra escrita e contribuindo para que número crescente de brasileiros tenha acesso à leitura.
Por essa razão, o setor editorial também defende os programas de alfabetização, uma prioridade ante os dados do 11º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, da Unesco: do total de 774 milhões de adultos analfabetos no planeta, 72% deles estão em dez países, dentre eles o Brasil. No ranking de analfabetos adultos, nosso país Brasil aparece em 8º lugar, ficando atrás da Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia e Egito.
A causa da disseminação da leitura nos coloca outras tarefas. Uma delas é a criação de políticas mais vigorosas para revitalizar as bibliotecas públicas. O fortalecimento do mercado editorial passa, ainda, pela geração de negócios e a promoção da imagem institucional do livro e das editoras brasileiras, inclusive no mercado internacional, como vem sendo feito por meio do programa Brazilian Publishers, convênio entre a CBL e a Apex-Brasil. Outra lição de casa das editoras é potencializar o Vale-Cultura, cujas metas são ambiciosas como oportunidade para que mais brasileiros passem a ler.