Na última semana, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP), se manifestou de forma favorável à extinção da ação que pedia a cassação da candidatura do prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides, por suposto abuso de poder econômico praticado nas últimas eleições.
À época, foi aberta uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Benevides e sua então vice, Lair Moura, a Lair da Apraespi. Entretanto, segundo a Procuradoria, de acordo com entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “deve haver litisconsórcio passivo necessário entre candidatos a prefeito e vice em todas as ações que possam resultar em cassação do registro, diploma ou mandato”, ou seja, tanto o candidato a prefeito quanto a vice devem obrigatoriamente responder ao processo e ter seus nomes citados, já que, com a cassação de um dos candidatos majoritários, toda a chapa cai, já que ela é “única e indivisível” e a condenação de um afeta diretamente ao outro.
Em texto oficial, a PRE cita como exemplo exatamente o caso de Ribeirão Pires, “no qual a coligação adversária (Unidos Para Seguir Avançando) propôs, ainda antes das eleições, ação contra o candidato eleito para Prefeitura, Saulo Benevides (PMDB). À época, a ação foi proposta também contra a candidata a vice-prefeita, Lair Moura Sala Malavila Jusevicius. Essa candidata, no entanto, renunciou à candidatura no mês de setembro e foi substituída pela candidata Leonice Moura (PSC). A coligação representante, no entanto, não solicitou a inclusão de Leonice”. Desta forma, como há jurisprudência do TSE que obriga essa inclusão, a PRE-SP concluiu que a coligação representante não teria mais direito de pedir a cassação do diploma de Saulo e que, por isso, o processo deve ser exinto.
Trocando em miúdos, o pedido feito no último dia 12 de dezembro por Dedé da Folha pedindo a desistência do recurso, fato que gerou uma grave crise política que fez o grupo que o apoiava inclusive o classificar como “traidor” foi algo sem efeito, já que a falha processual iria causar o fim da ação de qualquer maneira. Ou seja: como disse um interlocutor ligado ao grupo, o então candidato governista “trocou os pés pelas mãos, deu as costas para seus apoiadores e tentou capitalizar sobre uma causa que já estava perdida”. O processo se encontra no Gabinete do Juiz de Direito e ainda será julgado, mas como a chance de que o parecer seja seguido é grande, é seguro dizer que o processo pode ser considerado extinto, bem como o mínimo risco que ainda havia de serem realizadas novas eleições em Ribeirão Pires.