Leo da Apraespi: “podem esperar uma secretária comprometida com o povo de Ribeirão Pires

Vice-prefeita de Ribeirão Pires, Leonice Moura, a Leo da Apraespi, assumiu também a responsabilidade de gerir uma das áreas mais delicadas de qualquer gestão pública: a Secretaria de Educação e a responsabilidade de fomentar o futuro da cidade.

Em entrevista exclusiva, ela revelou alguns projetos que tem para a pasta, muitos deles ousados. Mas, antes disso, foi necessário um levantamento sobre a situação atual da pasta e os resultados mostraram que há muito trabalho a fazer, algo que aumenta ainda mais a sua motivação para revolucionar a Educação de Ribeirão Pires.

Leo Moura é vice-prefeita e secretária de Educação

“Fiz um levantamento nos 32 prédios da educação e todos tinham problemas físicos, como telhados e forros mal feitos, além de vazamentos. Desta forma, terão que necessariamente passar por reformas”, explicou. Para isso, a intenção é fazer uso do dinheiro da APM (caixa escolar mantido pela Associação de Pais e Mestres) para uso exclusivo do projeto educacional, com as reformas por conta da Secretaria. “Desta forma consigo usar melhor o dinheiro de reforma. Vamos reformar uma a uma, de forma durável”.

Além da questão predial, há também a questão de vagas. Nas creches, por exemplo, a capacidade do sistema é de aproximadamente 2100 crianças e está no limite máximo, sem contar a lista de espera que gira em torno de 500 crianças. Esse quadro mostra que é preciso planejamento para adequá-lo às necessidades da cidade, que é exatamente o foco da pasta no momento.

“Teremos uma avaliação municipal, do Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), para mostrar qual o estágio de desenvolvimento das crianças e assim poder planejar nossas ações”, explica a secretária, que ressaltou a importância de um trabalho bem feito nas idades mais tenras: “entre zero e cinco anos é a fase do desenvolvimento da criança em que há maior necessidade de estimulação. Quando você tem um IDI bom, a criança chega ao 1º ano apta a decodificar símbolos sem problemas, a não ser que exista alguma deficiência que a prejudique. É preciso um trabalho mais aprofundado na Educação Infantil. Vou avaliar o índice e, a partir disso, vamos fazer um projeto pedagógico. Temos que fazer um bom planejamento, que é o primeiro passo. Sem ele não consigo fazer nada. Além disso, trabalharemos em uma mudança de filosofia, desde os técnicos até a coordenação, que abranja também a inclusão que é direito da criança. Todas serão tratadas de forma igual, sem distinção, com a escola preparada para trabalhar com as diversidades. Há uma frase do (escritor) George Bernard Shaw, que sempre levo comigo e diz: ‘Não podemos progredir sem mudança, e aquele que não mudar a mente não poderá mudar nada’. É essa a mentalidade que queremos seguir.

Finanças – É notório que a Prefeitura de Ribeirão Pires enfrenta dificuldades, com mais de R$ 40 milhões em dívidas a pagar e uma visão pouco animadora em relação aos valores que possam entrar em caixa no decorrer de 2013, tanto que haverá uma reforma administrativa. Na Educação, ainda que exista regulamentação determinando que um quarto dos recursos sejam destinados para a Educação, há dificuldades. A secretária, entretanto, tranquilizou a população: “A merenda está contratada, os uniformes estão em produção e o material está sendo equacionado”. As merendeiras, que estiveram em falta recentemente, também não serão problema: “iremos realocar e treinar algumas concursadas”, explicou.

Outra questão é a salarial. A secretária admitiu que o salário dos professores em Ribeirão é baixo. “Tanto que temos perda de professores, que fazem concurso em outras cidades que pagam melhor”, explica. “Infelizmente, não podemos falar em melhora salarial em um momento em que estamos no limite de pagamentos estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Este ano, pagaremos 7,9% de reajuste que irá atender ao piso nacional, mas mesmo assim ainda os vencimentos serão baixos, principalmente para os professores. Queremos implantar um plano de carreira nos próximos anos, mas isso faz parte da reorganização”.

Biblioteca – A Biblioteca Municipal, recentemente, tem sido alvo de problemas. Em maio do ano passado, parte do acervo foi comprometido por falhas no telhado, que permitiram infiltrações e a conseqüente inundação do prédio em seus dois andares. Após os reparos foram feitos, mas pouco depois ela foi “rebaixada” a condição de Centro de Leitura da Escola Municipal Lavínia Figueiredo Arnoni, que fica ao lado do prédio pela Lei Municipal 5651, de julho de 2012. “Corremos o risco de perder todos os registros. A biblioteca foi passada para a condição de Centro de Leitura e isso não poderia ter acontecido. O Clóvis (Volpi, ex-prefeito), como professor, deveria ter dado maior apoio à biblioteca. Ela tem que voltar imediatamente para a Cultura. Já falamos com o jurídico para ver esta questão”.

Ideb – A cidade foi destaque nacional por conta de sua classificação no Ideb, o Índice Nacional de Ensino Básico, em que obteve a nota 5,9 para os anos inciais. A ideia da secretária é que os anos finais (que obtiveram média 5,4) também subam no conceito, bem como toda a rede. “Foi analisado o Fundamental, um universo de 3826 alunos, não de toda a rede. A chegada do Instituto Ayrton Senna trouxe gestão, organização e sistematização do processo educacional e isso ajudou bastante. A parceria irá continuar. Quanto ao Infantil, essa gestão será feita por nossos coordenadores”, explicou. Tudo isso para manter a elogiada educação da cidade: “não podemos de forma alguma abaixar o índice do IDEB. Ele está em 5,9 e nossa meta é atingir 6,1. Nosso projeto é um padrão ISO, trazendo qualidade total para a educação”.

Futuro – Para os próximos anos, Leo tem diversas idéias, algumas delas ousadas: “Quero implantar dois parques escola, que darão conhecimento de meio-ambiente, respeito, cidadania e empreendedorismo para que nossas crianças consigam ser pessoas inserida na comunidade e ter perspectiva de futuro”, explicou. Para isso, grandes novidades devem aparecer nos próximos anos: “Vamos investir muito na educação profissional, tentando trazer o SENAI, que viria junto com uma ampliação do SESI a partir de uma parceria com a FIESP e também ampliar a ETEC. Queremos também concluir o hotel-escola, que seria operado em parceria com o instituto Paula Souza (responsável pela FATEC e ETEC). Desta maneira, iremos investir dos 0 aos 18 anos em todas as pontas”. Ela concluiu falando do seu modo de trabalho e do que a população pode esperar de seu trabalho: “Meu projeto é a qualidade da educação e a integração entre as áreas. Podem esperar uma secretária comprometida com o povo de Ribeirão Pires”.

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