Procurar uma casa na região de Ribeirão Pires, é quase uma luta de gladiadores. O preço aumentou consideravelmente, tanto para aqueles que procuram pagar aluguel ou realizar o sonho da casa própria.
A possível justificativa foi publicada pela Revista Exame no ano passado, em estudo realizado nas principais cidades no país, que mostrou o mapa
dos imóveis em mais de 1.000 bairros de 41 cidades, e revelou que o Brasil foi o segundo mercado que mais se valorizou no mundo.
Na região do ABC Paulista, o estudo abrangeu o preço médio de imóveis usados. Em São Bernardo, por exemplo, o preço é de R$ 3.665 por metro quadrado, alta de 19,3% em 12 meses; Santo André teve alta de 12,2% no mesmo período com o m² a R$ 3.581, enquanto São Caetano teve alta de 12,6% com a mesma metragem a R$ 4.266. A valorização se dá porque as pessoas que procuram pela região querem sair de São Paulo e acabam procurando por locais próximos, abrangendo Ribeirão Pires.
Para obter os dados, os valores foram extraídos de sites de classificados de imóveis de todo o país, além do Índice Fipe-Zap de Preços de Imóveis Anunciados durante todo o mês de março de 2012, sendo que para algumas cidades foram utilizados dados coletados em março e setembro de 2011 para permitir o cálculo da variação em seis e doze meses. Para cada bairro de cada município foi calculado o preço mediano anunciado do metro quadrado, sendo que anúncios repetidos e inválidos foram excluídos da amostra. As cidades foram estratificadas segundo bairros ou áreas de ponderação definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os preços de cada cidade são calculados levando-se em conta essa divisão. Para os imóveis novos, a fonte de dados primária foi o Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2011 da divisão de inteligência de mercado da imobiliária Lopes, além de dados enviados pelas próprias incorporadoras.
Ribeirão Pires – Muitos utilizam a expressão bolha imobiliária para descrever a supervalorização dos imóveis, o significado seria uma falsa replicação de capitais sobre um único capital através do sistema financeiro. Para um melhor compreendimento da situação imobiliaria da cidade, a corretora Cleuza Fávero, da Casa & CIA Imóveis esclarece, que “os principais pontos são a falta de imóveis novos à venda, que se justifica pela boa localização da cidade, que é próxima a São Paulo e oferece aos moradores qualidade de vida. As pessoas estão migrando para a região em busca de calmaria. Todos os fatores resultam no valor de casas que partem de R$ 220 mil a até três milhões”.
Outro fator que pesa para a valorização dos imóveis é a legislação que restringe sobremaneira as novas edificações, já que a cidade se encontra inteiramente localizada em área de preservação de mananciais. Com isso, todas as obras estão sujeitas a medidas, como por exemplo, a compensação ambiental, o que restringe grandes edificações, por exemplo. Imóveis que estejam fora dos padrões, estão sujeitos a punições. “Apesar da lei severa, dificultando vezes os procedimentos de construção e demolição, não se pode negar os benefícios que são gerados para os moradores”, conclui Cleuza.