Por Izabel Ferré
Ao andar pela cidade, é fácil identificar novos pontos de comércio, o velho e o novo em estruturas que harmonizam o local. Mas onde estão os investimentos na urbanização? De fato, temos alguns pontos da cidade como o jardim japonês próximo à Prefeitura, o Circuito Pilar de Caminhada e Teatro Municipal Euclides Menato, mas, sem sombra de dúvida a cidade tem um
grande potencial para uma melhor urbanização.
Para quem não sabe, o verdadeiro significado da palavra “paisagismo”, como consta no dicionário refere-se a “planejamento e arquitetura de jardins e parques”, sendo que hoje também se estende ao embelezamento da cidade em geral. Basta ler esse pequeno trecho para concluir que Ribeirão Pires mostra ainda deixa a desejar neste setor, já que falta uma melhor conservação de praças e parques.
As vantagens do ‘investimento verde’ são comprovadas em estudos. Como exemplo, podemos citar que locais não arborizados têm maior concentração de metais pesados no ar. Árvores ajudam absorver os poluentes com suas cascas e também colaboram para o conforto térmico, aumento da umidade relativa do ar, redução da incidência do sol e até mesmo da redução da poluição sonora. Sem esquecer também da economia, já que um local com maior concentração de verde valoriza a região e seus imóveis. Ou seja, temos muitos benefícios positivos. Sendo assim, pode-se concluir que o paisagismo urbano é algo que deve estar em constaste crescimento para o maior bem estar de todos.
Ribeirão Pires conta com um Plano de Arborização Urbana estabelecido pela Lei Municipal 5.449, que regula a implantação da política de plantio, preservação, manejo e expansão da arborização na cidade. Como exemplos, estabelece que calçadas com mais de1,5 metrode largura devem ter ao menos 20% de área vegetada. Só nesse item, há várias calçadas que estão irregulares.
Entretanto, estas ações precisam de um bom acompanhamento do poder público. Não se trata apenas de colocar árvores indiscriminadamente. A própria lei já citada estabelece regras para isso. Fazer o paisagismo também é embelezar e proporcionar melhor qualidade de vida aos que transitam no ambiente. É harmonizar, fazer a cidade mais bonita e agradável para se viver. O paisagista Roberto Burle Marx, o maior da história do Brasil, elaborou uma frase que define bem o que queremos colocar: “Sem compreender as necessidades de uma cidade e, principalmente sem compreender as funções das áreas verdes, o paisagista não poderá realizar jardins”.
Um bom começo seria cuidar melhor de nossas praças. Como mostramos na primeira reportagem desta série, elas carecem de mais atenção, já que estão com equipamentos quebrados e mato alto. Nossas avenidas, fora o trecho inicial da Francisco Monteiro, precisam de um plano de paisagismo mais adequado.
Isso posto, é um desafio interessante para as próximas gestões equalizar crescimento e desenvolvimento a um plano paisagístico adequado. Afinal, se é bom viver aqui, poderia ser ainda melhor se a cidade fosse mais bonita.