Alerta sobre reais efeitos da obra do Rodoanel

Por Izabel Ferré

Facilitar a vida, trazer o progresso, empregos e desafogar o trânsito caótico são promessas da grandiosa obra do Rodoanel que teve início em agosto de 2011. A polêmica vai desde a desapropriação da área ao fator ambiental que é crítico, já que se trata de 540 hectares desmatados.

Debate em assembleia

A obra é dividida em trechos, Ribeirão Pires está no trecho Leste que corresponde ao Rodoanel 43,8 km que ligará o Trecho Sul às rodovias SP-066, Ayrton Senna e Presidente Dutra. O anel viário passar também pelas cidades de Arujá, Itaquaquecetuba, Mauá, Poá e Suzano.

O impacto ambiental é um fator que divide opiniões, e que de certa forma é pouco discutido e muitas vezes esquecido por moradores e autoridades responsáveis. Deve ficar claro que além do aumento do desmatamento, está previsto impactos nas águas subterrâneas, como o rebaixamento do lençol freático, que poderá afetar a vitalidade da vegetação, assim como as mudanças de curso ou assoreamento das nascentes.

A frente dos direitos do meio ambiente está o COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente). “Lutar para que toda a área desmatada seja replantada, e que seja aqui na região e não nos parques Tietê e Guapituba é direito dos munícipes”, afirma vice-presidente do Conselho, José C. de Lima.

A dificuldade maior dos ambientalistas é manter a fiscalização em obra. “O correto seria que agentes da Prefeitura ficassem atentos, infelizmente isso não acontece. Assim que procuramos entender a displicência das autoridades temos a resposta, de que se trata de uma obra do Estado que nada podem fazer. Parecem não compreender que com a finalização deste trecho será impossível buscar direitos”, aponta Lima.

A redação do Jornal Mais Noticias foi convidada pelo vice-presidente do COMDEMA para audiência na Câmara, realizada no dia 04 às 18h, a proposta da sessão foi que as pessoas soubessem o que realmente anda acontecendo, e assim promover o debate de ideias além de esclarecer algumas dúvidas sobre a obra.

A audiência foi aberta ao público, a reunião seguiu com a presença de moradores que tiveram ou terão suas casas desapropriadas, contanto ainda com a presença de três vereadores eleitos: Gê do Aliança, Anderson Benevides e Mauro Coelho. Todos buscavam maior entendimento e, por meio da palavra, era comum ouvir desabafos como “até que o governo dê conta dos moradores desabrigados, o correto é não pagar por um ano o IPTU. Quem sabe assim, sem verba eles não dão atenção à população”, afirma Juscelino Oliveira, membro do Conselho.

Dentre tantas preocupações o debate expôs também a questão da poluição do ar e sonora que a região irá sofrer. “A obra já está ai, a luta agora é pelos direitos. O primeiro passo e não confiar tudo ao Poder Público. E de fato chorar pelo leite derramado também não trará soluções a ninguém”, afirma José.

No final da reunião a decisão tomada é que será realizada uma ação popular no próximo dia 12 juntamente com as entidades, essa terá como objetivo levar documentos com propostas ao novo governo.

Respostas – A Prefeitura de Ribeirão Pires declarou que efetuou todas as autuações de competência municipal e mantém acompanhamento permanente das obras.

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