Na quinta parte da série “É bom viver aqui, mas poderia ser melhor”, vamos tratar do lixo de Ribeirão Pires, mais especificamente do reciclável, cuja coleta é verdadeira obrigação para uma cidade turística.
Em Ribeirão Pires, a Coleta Seletiva é dividida em três segmentos: o porta a porta com caminhão, porta a porta por agendamento e também por meio de pontos de entrega voluntária espalhados pela cidade, além da coleta de lixo eletrônico que acontece em um trailer que tem como ponto fixo a Vila do Doce e também nos bairros. Um sistema que funciona, mas não a contento.
É importante lembrar que, a partir de 2014, com a proibição aos lixões, todas as cidades do Brasil serão obrigadas a ter um sistema de coleta seletiva. Hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 1.796 municípios, ou 32% das cidades do país, aproximadamente, contam com algum tipo de coleta seletiva, enquanto 2.376 cidades (42,7%) não tem qualquer programa, 3,3% contam com projeto piloto e 2,5% interromperam o programa. Dentre as cidades com mais de 100 mil habitantes, 193 (68,2 %) tem o serviço implantado, Ribeirão Pires inclusa.
Mas, se temos coleta seletiva, um Plano Municipal de Resíduos Sólidos, que é a legislação para regular o processo e meios para fazê-la, o que há de errado? A resposta é simples: a forma de uso do sistema.
Tomemos como exemplo os 12 pontos de entrega voluntária espalhados pela cidade. Eles foram criados para receber, única e exclusivamente, lixo reciclável que, posteriormente, seria coletado pela Cooperpires, a Cooperativa de Catadores de Ribeirão Pires, que conta com um galpão próprio para a separação na Vila Gomes. Os munícipes, que deveriam utilizá-los da forma correta não o fazem, depositando desde lixo orgânico, composto por restos de alimentos e fraldas descartáveis, por exemplo, até móveis usados, dificultando o trabalho dos cooperados e também o funcionamento do sistema. Há também quem apele para o vandalismo, fazendo uso das lixeiras para um “protesto” contra o atual prefeito, anônimo e sem fundamento.
Ribeirão Pires, com a colaboração de todos, tem tudo para se tornar uma cidade modelo. Mas, como funciona a coleta seletiva nestes lugares? Há lições que podem ser aprendidas tanto pelo Poder Público quanto pelos cidadãos?
Cidades Modelo – Vamos começar pela cidade modelo para mundo, que é Barcelona, na Espanha. Em 1992, um projeto inovador, que retirou os caminhões de lixo da rua e colocou os sacos sob a terra, foi implantado na então Vila Olímpica, durante os jogos realizados naquele ano. Funcionou e agora, cerca de 80% da cidade é atendida pelo sistema.
Os catalães colocam o lixo, separado por tipo (orgânico não reciclável, orgânico reciclável e reciclável seco) em sacos e os deposita em uma espécie de portinhola, que os acumula. De hora em hora, um sistema os transporta por meio de tubos para o centro de triagem, que fica em um local afastado. Plásticos, papéis e latas são reciclados. O lixo orgânico vira combustível para turbinas que produzem eletricidade por meio do sistema termoelétrico. Aprovado pela população que aderiu totalmente, o sistema retirou os caminhões de lixo e os transtornos. Os tubos ainda estão em instalação, sendo que os novos prédios já contam com o sistema que, em três anos, deve atender a 100% dos habitantes.
No Brasil, o exemplo é Caxias do Sul (RS), que tem coleta diária, por caminhões, tanto no sistema tradicional quanto no mecanizado. Lá, a população separa o lixo e o leva a contêineres, que são recolhidos por caminhões que, após deixaram os recicláveis e os orgânicos em seus devidos lugares, os devolvem. No ABC, São Caetano é exemplo tendo a Coleta Seletiva chegado a 100% dos municípios recentemente.
Em ambos os exemplos, a participação da população foi fundamental, ao abraçar e apoiar o sistema, dando exemplo de cidadania e, principalmente, educação e amor ao próximo. Em Ribeirão Pires, a prova de que isso ainda está longe de acontecer são os sacos de lixo orgânico em volta das estações de tratamento. Que tal cada um fazer a sua parte? Poderemos juntos construir uma cidade bem melhor.
Destruição e falta de Cidadania
Por Izabel Ferré
A implantação de postos de coleta é uma iniciativa da Prefeitura para cuidar melhor do meio ambiente, e faz parte da reeducação dos moradores da cidade que tem como objetivo tornar um habito a coleta seletiva. Ribeirão Pires possui duas unidades localizadas na esquina da avenida Brasil com a avenida Capitão José Galo e próximo à Secretaria de Juventude, Esporte, Lazer, Cultura e Turismo.
A redação do Mais Notícias registrou o estado crítico que se encontra um dos pontos, que fica na avenida Brasil, esse está com as latas de lixo pichadas, tampas quebradas e lixo espalhado no chão que vão de caixas de madeiras, sacos de entulho a pedaços de madeira. Tudo que foi feito em prol da cidade é deveria ser cuidado está destruído.
Para cobrar atitudes das autoridades alguns dos cidadãos devem repensar atitudes tomadas, uma dela é o descaso com o patrimônio público.
O primeiro passo já foi tomado com os postos de coleta na cidade, sua importância e inestimável. Para melhor compreendimento fica a informação: A cada vinte e oito toneladas de papel reciclado são evitados o desmatamento de um hectare de floresta,
uma tonelada de jornal reciclado evita emissão de duas toneladas e meia de dióxido de carbono no ar, uma tonelada de aço reciclado significa economia de mais de uma tonelada de minério de ferro.
O simples ato de separar o lixo e usar da reciclagem causa impacto positivo no meio ambiente e garante um futuro melhor para todos, valorizar iniciativas como essa torna a cidade um lugar melhor para se viver.