Prevenção é a chave para combater o Câncer de Mama

O Câncer de Mama, segundo tipo mais frequente no planeta, é uma das doenças que mais preocupam a humanidade, especialmente as mulheres que tem neste tipo o mais comum que as aflige. O Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é um dos países onde a mortalidade continua elevada, uma vez que o diagnóstico ainda é tardio. Em 2010, foram registradas 12.852 mortes no país, sendo 12.705 mulheres e 147 homens. Para este ano, a estimativa é de que sejam detectados cerca de 53 mil novos casos.

Dra. Soraia destaca: “Prevenção é a chave!”

Por isso, ações como o Outubro Rosa, que teve o Jornal Mais Notícias como incentivador são tão valiosas, lembrando da importância do auto-exame de mamas e principalmente das consultas frequentes ao médico. Sobre isso, conversamos com a Dra. Soraia Dias Amador Duarte, ginecologista e obstetra que atende em Rio Grande da Serra.

Mais Notícias – Qual a importância do Auto-exame?

Dra. Soraia Dias Amador Duarte – O auto-exame serve para detectar o aparecimento de nódulos (caroços), que podem ser indícios do Câncer de Mama. Eu particularmente indico que o auto-exame seja feito desde a menarca, a primeira menstruação da mulher, e nunca antes disso, por conta da diferenciação hormonal, já que é muito comum ocorrerem nódulos nesta fase. Em qualquer idade, caso eles surjam, devem ser investigados para saber exatamente o que ocorre. Se for um nódulo simples, pode ser feito um acompanhamento simples e, dependendo do tamanho, uma intervenção cirúrgica. A partir dos 25 anos, é um hábito saudável para qualquer mulher e, a partir dos 40 é fundamental.

MN – Que públicos estão mais suscetíveis a doença?

Dra. Soraia – O Câncer de Mama não tem fator econômico, social e racial. Claro que existem fatores genéticos e hereditários, mas hoje ele está difundido. Mesmo em relação a idade, já tive pacientes com 28 anos, 35, 60, 90… Claro que a partir dos 45, a mulher tem que ficar muito mais alerta. Mas o aparecimento de nódulos em qualquer idade deve ser sempre investigado. Há ainda a questão hereditária. Mulheres cujas mães já tiveram Câncer de Mama devem fazer acompanhamento mamográfico e ginecológico constante, ano a ano.

MN – Quais são os fatores causadores do Câncer de Mama?

Dra. Soraia – Pode ter diversas causas, como traumas, acidentes ou até mesmo uma mama muito mexida, que foi sujeita a uma mamoplastia (plástica), por exemplo, passando por medicações com base hormonal. Isso não quer dizer que a pessoa vá ter (o Câncer), mas tudo isso pode ocasionar. Vale ressaltar que o simples fato de a mulher ter implantado próteses de silicone não interfere. O que pode causar danos a saúde é o silicone industrial, injetável, que causa uma série de riscos seriíssimos.

MN – A mamografia é o exame adequado para o diagnóstico?

Dra. Soraia – Nem sempre a mamografia diz (o que está acontecendo), ela dá indícios. O que vai mesmo diferenciar se de fato o nódulo é ou não um Câncer é a biopsia. As imagens são sugestivas e mesmo que dêem a entender, só o exame pode apontar algo diferente. Nesse caso, o complemento pode ser feito a partir de um Ultrassom de Mama.

MN – A senhora citou que traumas podem afetar e a prática de alguns esportes é reconhecidamente causadora de alguns deles. Eles podem influenciar? E quanto aos suplementos alimentares?

Dra. Soraia – A prática de lutas pode influenciar, já que sujeita a mulher a diversos traumas na região dos seios, mas também há de se levar em conta fatores hereditários, da vida extra-academia. Quanto aos suplementos, são medicamentos não recomendáveis, já que podem acarretar diversos distúrbios de metabolismo hormonal que podem causar cânceres em diversos órgãos, inclusive a própria mama.

MN – E quanto aos homens?

Dra. Soraia – Em homens, o índice é bem mais baixo do que em mulheres, mas existe e não tem muito a ver com fator hereditário, genético. A doença atinge entre 3% e 5% deles.

MN – Qual é o tratamento?

Dra. Soraia – Se o Câncer não está alastrado, é um nódulo pequeno, não é necessário retirar a mama toda, podem ser usados medicamentos ou ainda ser feita a extração cirúrgica. Em casos mais graves, se faz necessária uma cirurgia mais invasiva, mas, nesses casos é feita uma reconstrução posterior. O importante é destacar que há tratamento e há cura, para cada caso, que tem suas particularidades.

MN – Para concluir, quais os conselhos que a sra pode dar para as pessoas diminuírem Dra. Soraia – as chances de se desenvolver um Câncer?

A pessoa deve procurar ter uma vida mais regrada, evitando fatores como tabagismo, álcool, drogas e, principalmente, no caso específico do Câncer de Mama, se apresentar ao médico ao menos uma vez por ano, que é o melhor conselho de todos. Prevenção é a chave.

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