Eliana Maciel de Góes
Médica Veterinária
CRMV 4.534
É notável a crescente inserção do termo “bem estar” no manejo das mais variadas espécies animais. Porém, é crucial entender a diferença entre a ciência do bem-estar animal e as questões morais e éticas que a permeiam. Quando o bem-estar animal atua como ciência, sem julgar os fatos, estudos imparciais podem ser desenvolvidos. Os resultados destes, por sua vez, é que nos possibilitam discussões embasadas em moral e ética.
Concomitantemente, vêm sendo estabelecidas leis de proteção aos animais. A popularmente denominada “lei das cinco liberdades”, criada em 1967, estabelece que para ter uma boa qualidade de vida, os animais devem estar livres de fome e sede; dor, lesões e doenças; desconfortos; medo e estresse; e poderem expressar livremente seu comportamento natural.
Na prática, porém, a questão do bem-estar na criação e manutenção de animais silvestres data de um período bem mais recente. No mais, é importante ressaltar que, em nosso país, esse tema só recentemente vem sendo discutido. Uma das técnicas, mas conhecidas e utilizadas na promoção do bem-estar a animal silvestre cativos é o enriquecimento ambiental e visa melhorar o a qualidade de vida aos animais, proporcionando-lhes um ambiente mais interativo e complexo. Ao oferecer um item de enriquecimento ao animal, ele passa a ter a possibilidade de “resgatar” a oportunidade de eleger e controlar melhor seus atos, como ocorre na vida livre.
Vale lembrar, porém, que o bem-estar animal deve ser abordado e aplicado sempre de forma multidisciplinar. É importante que as distintas áreas envolvidas no trato com animais sejam complementares nessa atuação. Cada qual terá a sua contribuição sempre que atuar priorizando os princípios do bem-estar dos animais.
Do mesmo modo, isoladamente, nenhuma delas conseguirá melhorar o bem-estar dos animais. É necessário agir em conjunto para que os profissionais de diversas áreas encontrem o melhor modo de atuar englobando os conceitos aqui apresentados.