Protestos marcam desfile de aniversário da cidade

Como já é tradicional, o feriado do dia 19 de março foi reservado para as celebrações de mais um aniversário de Ribeirão Pires, com vários eventos oficiais e, como ponto alto, o desfile cívico que – talvez pela última vez – foi realizado no espaço antes ocupado pela velha rodoviária.

“Não somos palhaços, somos educadores. Prefeito: nos respeite, cumpra a Lei do Piso”

Desfilaram vinte escolas entre municipais e particulares, além de alunos que integram as turmas da Secretaria da Juventude, Esportes, Lazer, Cultura e Turismo, cada uma fazendo uma apresentação personalizada em frente ao palanque, que contou com várias autoridades, como o prefeito Clóvis Volpi (PV) e sua esposa Lígia, Carla Soares, a presidente do CONSEG, Eduardo Nogueira (PV), Secretário da Promoção Social, Rosi de Marco (PV), secretária da educação e os vereadores Vicentinho (PR), Diva do Posto (PR), João Lessa (PSDB), Arnaldo Sapateiro (PSB), Saulo Benevides (PMDB), Koiti Takaki (PSD) e Gerson Constantino (PSD).

Esta foi a parte que podemos classificar como “sem novidades”. Porque o desfile foi marcado por dois protestos cobrando melhores condições na educação e saúde. O primeiro deles foi realizado antes mesmo da primeira escola passar pela rodoviária. Duas professoras se postaram a frente dos alunos e da fanfarra do Carlos Rohm exibindo uma faixa com os dizeres: “Não somos palhaços, somos educadores. Prefeito: nos respeite, cumpra a Lei do Piso” (sic). Foi o que bastou para se disparar o estopim. Um dos funcionários da organização do evento tentou impedir a entrada da faixa, gerando uma tensão que, inclusive, fez com que policiais presentes ao local se aproximassem. Mas, após intervenção do Gerente de Esportes, Dario Bello, a situação foi apaziguada e as professoras, sob aplausos, passaram pelo palanque.

Segundo a professora Mara Evangelista, vice-presidente do SINEDUC (Sindicato dos Trabalhadores na Educação Municipal), além de melhores condições de trabalho, com o estabelecimento de 1/3 da jornada fora da sala de aula, os educadores cobram um reajuste proporcional a todas as classes, ou seja, além da elevação do piso, que os docentes com mais tempo de casa e que, receberiam mais pelas 40 horas semanais (quando trabalhadas integralmente), também tenham seus vencimentos reajustados: “queremos que seja reajustado o primeiro piso e também o efeito cascata, que todos os funcionários tenham salários reajustados em 22,22%. O menor salário dos profissionais que têm curso superior da prefeitura é o professor, e não deveria ser assim”.

Mais tarde, próximo ao fim do evento, mais um protesto, desta vez enquanto desfilavam os carros da Polícia Militar, tendo como alvo a saúde pública da cidade e, mais especificamente, o Hospital São Lucas. Desta vez, as faixas, em papelão, falavam: “Tuberculose erradicada. Menos no São Lucas”, “Maternidade São Lucas. Record!! Infecção Hospitalar” (sic) e “São Lucas. Saúde de segunda” e, novamente, a faixa cobrando o reajuste do piso salarial.

Após o evento, o prefeito classificou as ações como “protesto de meia dúzia de pessoas, todos do sindicato dos educadores” que “não tem muita repercussão política”. Depois disso, mostrando certa irritação, comentou: “o que o SINEDUC deseja, para ficar bonzinho comigo é que eu pague a cesta básica para eles negociarem, comprarem e entregarem e o plano de saúde, o que eu faço para todos os funcionários. Eles querem uma divisão e nós não permitimos isso. Os professores vêm recebendo bem mais atenção do que no passado, quando a Perla (de Freitas, presidente do SINEDUC) era do partido que estava no governo”, afirmou Volpi, antes de afirmar que irá cumprir a lei: “nos sempre pagamos”, mas que não será concedido o aumento proporcional aos que ganham mais: “eles precisam, muito mais do que reclamar, aprender a ler. O que diz a lei? Que o piso é R$ 1451,00. Então o piso será R$ 1451,00”.

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