O Distrito de Ouro Fino, com seus 20 mil habitantes, é uma das mais importantes regiões de Ribeirão Pires e é visto hoje como a área para onde Ribeirão Pires pode crescer, gerando empregos, arrecadação de impostos e representando alto peso político, já que uma vitória por lá representaria meio caminho andado rumo ao Paço Municipal.
Entretanto, ainda há diversas demandas a serem discutidas nas mais diversas áreas, como saúde, educação, desenvolvimento e, principalmente, segurança, uma vez que os índices de criminalidade cresceram sobremaneira. A última, por sinal, é uma das maiores preocupações dos moradores, como Mercedes D’Orto que tomou a iniciativa de tentar viabilizar, com recursos próprios, a autorização para erguer uma base policial na região: “Não quero me promover, essa questão nem passa pela minha cabeça. O que eu quero é colaborar com minha cidade dentro daquilo que eu posso conseguir. Segurança é prioridade”.
Outro morador conhecido da região é o vereador Jorge da Autoescola, que endossou as palavras de Mercedes, afirmando que ouve inúmeras reclamações sobre o tema. Ele fez apenas uma ressalva: “infelizmente no Município não há contingente suficiente de policiais”.
Admir Augusto, o popular Mirão, falou mais: “Ouro Fino cresceu muito nos últimos anos e isso traz vários problemas sociais, inclusive falta de segurança”. Ele ressaltou que, assim como boa parte da população do Distrito, a presença da polícia inibiria – e muito a criminalidade: “a instalação de uma base da Guarda Civil Municipal no Distrito, com pessoal ostensivo e rondas aumentaria a segurança da região”.
Já as irmãs Lair e Leo Moura também apontaram deficiências na saúde: “é preciso transformar a Unidade Básica de Saúde em uma unidade com mais resolutividade, e que tenha uma ambulância de plantão”, afirmou a primeira, seguida pela irmã, que defendeu a manutenção de recursos no local: “qualidade de vida também passa por desenvolvimento sustentável. Ouro Fino pode se desenvolver preservando o que tem de melhor, que é o verde de suas matas”.
Todas essas necessidades devem ser sanadas brevemente, já que a região deve receber diversos investimentos, dado o saturamento (e altos preços) de áreas nas regiões centrais da cidade. Isso posto, seria viável uma emancipação do Distrito? Para Antonio Muraki, a resposta é não: “Para custear uma prefeitura, câmara municipal e maquinários é preciso toda uma infraestrutura que hoje carecemos muito, por isso sou contra a emancipação”.
Nos próximos anos, Ribeirão Pires terá em Ouro Fino uma das principais forças motrizes do seu desenvolvimento, de forma que o Distrito deve assumir de uma vez o papel de grande protagonista até mesmo do Grande ABC. Por isso, não é exagero dizer que Ouro Fino ainda vai dar muito o que falar.