Uma matéria veiculada no jornal Folha de Ribeirão Pires, com o título “Prefeitura de Ribeirão Pires embarga obras do Trecho Leste do Rodoanel” (publicada na edição 1635 de 03 de fevereiro de 2012) foi desmentida pela SPMar, concessionária responsável pela obra. A matéria relata a fala do vice-prefeito Edinaldo de Menezes (PPS) – que também é filho do proprietário do referido jornal e pré-candidato a prefeito pelo grupo governista – durante uma reunião com moradores da Vila Sueli, que terão suas casas desapropriadas.
O texto apresenta Dedé como figura principal na decisão de barrar os trabalhos da SPMar e rendeu inclusive a capa do jornal e o editorial. Dentre algumas afirmações do jornal constam: “Gostaria de dizer a todos que a partir de hoje as obras do Rodoanel no trecho de Ribeirão Pires estão embargadas” ou “A SPMar descumpriu o acordo com a Prefeitura”.
Em nota oficial, a SPMar nega a capacidade da Prefeitura de embargar a obra já que a construção pertence ao Estado de São Paulo, sendo o Município impossibilitado de autuar qualquer etapa do processo. A concessionária emitiu a seguinte mensagem: “Em função de comunicação feita pelo vice-prefeito da Estância Turística de Ribeirão, Sr Edinaldo de Menezes, nesta quinta-feira, dia 02 de fevereiro, a bem da verdade e em respeito aos habitantes desta região e em especial aos moradores que terão seus imóveis desapropriados para a construção do Trecho Leste do Rodoanel, a SPMar informa que todas as atividades em curso para a construção do Trecho Leste do Rodoanel estão em total acordo com os Editais e com a legislação vigente, bem como os cronogramas de obras estão sendo respeitados integralmente”.
A Prefeitura apenas tentou uma ação ao entregar uma notificação de embargo para a empresa Toniolo Busnello, contratada para a execução da obra do Túnel Santa Luzia, alegando a inexistência de Certificado de Registro expedido pelo Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro, documento esse de posse da SPMar desde setembro de 2011 com validade de dois anos. “Constata-se que houve uma falha na verificação dos referidos documentos”, alega a responsável pelo Rodoanel. Segundo o informativo, o documento foi protocolado junto à Prefeitura em 28 de dezembro de 2011 e disponível para verificação a qualquer momento.
Um dos trechos da matéria mais críticos diz que “o que levou a Administração a ‘engrossar’ com a Concessionária, foi a falta de diálogo com as quase 60 famílias que terão seus imóveis desapropriados”. Nesse ponto, a SPMar afirma que “… no caso específico mencionado pelo vice-prefeito, cerca de 40 moradores receberam os ofícios da Justiça um dia antes da visita dos responsáveis por apresentar as propostas formais de compra”.
Embora a SPMar afirme que “em dois dias (27 e 28 de janeiro) todas estas famílias foram visitadas pela equipe responsável pelas negociações e tomaram conhecimento das propostas”, nossa reportagem foi ao bairro e conversou com alguns moradores que afirmam que nenhum representante da concessionária os tenha procurado.