Quem resiste a um filhotinho fofo que nos convida com o seu olhar em uma vitrine de Petshop? Poucas pessoas! Porém, o ato de comprar ou adotar um animal para presentear parentes ou amigos deve ser um ato extremamente responsável e com conhecimento e aceite da pessoa que irá receber o cãozinho ou gatinho.
Muitas pessoas, nesta época de Natal, adotam ou compram animais com esta finalidade, principalmente à de presentear crianças como se fossem brinquedos vivos. Muitos acabam abandonados nas ruas na época do Réveillon, justamente porque não houve um planejamento para a chegada deste novo membro e a família o descarta para não se privar de viagens ou lazer neste período.
Independente de presentear ou não, no processo de educação os pais devem ter a preocupação de ensinar a criança à ver o animal como um amigo que precisa ser protegido dentro e fora de casa, e não como brinquedo.
O contato com os animais proporciona uma aproximação dela com o mundo natural, desenvolvendo o sentimento de respeito a todas as formas de vida.
Se entendermos que animais não são mercadorias, mas seres capazes de sentimento, que têm necessidades de serem amados e capacidade de amar, concordaremos que não há sentido em se deixar animais vagando à própria sorte, frutos de abandonos de uma aquisição por impulso, cruel tradição humana de entender que animais são coisas, não têm alma, não sentem frio, dor, amor, fome e que são produtos que podem ser jogados fora como algo que não serve mais.
Infelizmente, o número de animais que são abandonados nesta época do ano é 80% maior em relação aos muitos e muitos abandonos que ocorrem nos demais meses do ano e por motivos diversos. Temos que ter consciência de que um animal merece respeito, carinho, amor e não é algo que se dá de presente e muito menos um presente de mau gosto para quem recebe.
Em épocas festivas que nos remetem ao consumo, NUNCA devemos cometer o erro de dar uma vida de presente a alguém sem que este alguém seja consultado, pois as consequências podem ser desastrosas, por mais que a nossa intenção seja das melhores.
Querendo presentear alguém com um animalzinho, sem que a pessoa saiba, o melhor mesmo é comprar um de pelúcia, que não oferece riscos a nenhum peludinho.
Querendo dar um lar para um animalzinho, considere sempre: Ritmo de vida da pessoa; se todos estão de acordo com a adoção de um animalzinho; se há espaço suficiente; se possuem condições financeiras para mantê-lo; se existem mais animais na casa; se existem pessoas alérgicas a pêlos; se existem idosos ou crianças muito pequenas na casa; se o local é seguro para ter um animal de estimação.
Se TODOS os questionamentos tiverem resposta satisfatória, opte por ADOTAR E NÃO COMPRAR um animalzinho. Grande parte dos peludinhos que é vendida – em muitos casos até 45 dias de vida – vem de verdadeiras “fábricas de filhotes”, incentivando a lucratividade de pessoas que veem no animal somente um objeto de lucratividade.
O abandono de animais de estimação é um problema que atinge diversos países, inclusive, os desenvolvidos, como a Inglaterra. A Sociedade Protetora dos Animais britânica (RSPCA) revelou um triste dado: o número de cães e gatos abandonados no país saltou para mais de dois mil em dezembro de 2010. Apenas entre os dias 24 a 27, foram registrados mais de 300 casos.
Desejamos que as estatísticas brasileiras e de outros países possam revelar números menos alarmantes neste ano de 2011.
Desejamos também que as pessoas, ao lerem este artigo, reflitam sobre este drama que atinge milhares de vidas inocentes e que considerem os conselhos aqui transmitidos.
Queremos desejar um Feliz Natal e Ano Novo a todos os leitores e também aos amados seres que nos encantam com suas travessuras e amor incondicional, que são os animais!
Cecilia Bentini, da OSCIP Ajudanimal