Balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Fundação Seade traz uma boa notícia aos municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra: a queda no índice de mortalidade infantil. Na primeira cidade, que em 2009 havia registrado taxa de 15,9 óbitos de menores de um ano de idade a cada mil nascidos vivos, passou, em 2010, para 14,6. Foram 1.434 crianças nascidas vivas e 21 falecimentos. Em 2004, esse índice era de 17,4 e após essa constatação, a Secretaria Municipal de Saúde buscou providências para diminuí-lo. “Realizamos ações específicas para diminuir a taxa de mortalidade infantil, por meio das investigações nas causas da mortalidade, atualização constante de informações no banco de dados da Secretaria, busca ativa das gestantes evitando o pré-natal tardio, implantação do Programa Saúde da Família (PSF), além de promover as campanhas de multi vacinação direcionadas pelo Ministério da Saúde. Também estamos reestruturando a Comissão de Investigação de Mortalidade Materno-infantil e elaborando cadastro de todas as crianças menores de 01 ano para serem acompanhadas através dos Agentes Comunitários de Saúde”, conta o secretário Jorge Mitidiero.
Em Rio Grande da Serra, o índice de 21,2, caiu para 15,9. No ano passado, 627 bebês nasceram vivos e 10 faleceram. “A elevação da taxa de mortalidade infantil em 2009 pode ser atribuída a alguns fatores, dentre este a diminuição da taxa de natalidade, indicador utilizado para o cálculo desta taxa. Cabe ressaltar que a Secretaria de Saúde, através do Comitê de Mortalidade Materno Infantil, realiza investigação criteriosa para verificar se houve problemas na realização do pré-natal e parto destas crianças que vieram a falecer. Nestas investigações, verificamos que a maior parte dos óbitos se deu por causas não relacionadas ao acesso e assistência durante o pré-natal e parto, tais como más formações fetais e outras causas. Já há alguns anos, o município participa de ações regionais para melhorar a assistência à mulher e à criança, como capacitação de profissionais, implantação de melhorias na rede de atenção à Saúde da Mulher e da Criança, e outras”, explicou, em nota, a Prefeitura. O Executivo completa dizendo que, apesar da redução da taxa, toda atenção continuará centrada para que a taxa continue caindo. “Para tanto, o município vem desencadeando diversas ações para melhorar a infraestrutura e a qualidade de vida da população como um todo. Especificamente na Saúde, destacamos a inauguração do Centro de Saúde da Mulher, que acontecerá no dia 07 de setembro e será um importante espaço para diversas ações de atenção à saúde da população feminina e contribuirá para a redução das taxas de mortalidade”.
A Secretaria de Saúde destaca ainda outras ações: “Realização de palestras educativas, especialmente para adolescentes e jovens, abordando temas de sexualidade e uso de drogas, visando diminuir a ocorrência de gestações não planejadas e outras graves consequências oriundas de comportamentos de risco; Fortalecimento das ações com os municípios de referência para partos e pré-natal de alto risco”.
Demais cidades da região – Santo André também apresentou queda: 12,9 para 11,1. São Caetano teve leve aumento: de 7,3 para 7,7; em São Bernardo houve crescimento – de 12,7 para 13,4, assim como em Mauá: de 15,7 para 17,4. Apenas Diadema manteve o índice de 2009: 12,4.
O índice da região do Grande ABC ficou em 13,2, acima da média estadual, que foi de 11,9, o menor nível da história. A mortalidade infantil no Estado de São Paulo caiu 61,8% nos últimos 20 anos.
Segundo a Secretaria da Saúde, o aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, a ampliação do acesso ao pré-natal, a expansão do saneamento básico e a vacinação em massa de crianças pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são os principais motivos para a queda na taxa de mortalidade infantil no Estado.
Dos 645 municípios paulistas, 301 apresentaram em 2010 índices de mortalidade infantil inferior a dois dígitos, comparável a países desenvolvidos. Nenhuma região do Estado apresentou índice superior a 15,1. Normalmente, quanto mais baixa a taxa de mortalidade infantil, mais lenta costuma ser sua redução.
“A prova incondicional dos acertos das políticas públicas de saúde é a diminuição gradual dos índices de morte infantil. Crianças devem viver, e não morrer. São Paulo vem conseguindo, em parceria com as prefeituras e o Ministério da Saúde, reduzir a taxa ao longo dos anos, mas é preciso trabalhar ainda mais para que esses indicadores melhorem sempre”, afirma Giovanni Guido Cerri, secretário de Estado da Saúde.
Pré-natal – Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Fundação Seade aponta que 76,1% das grávidas do Estado de São Paulo passam por pelo menos sete consultas de pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde, superando o mínimo de seis atendimentos recomendados pelo Ministério da Saúde e o de quatro estabelecidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Essa cobertura, referente a 2009 (último dado disponível) é 41% superior ao registrado no ano 2000, quando 53,8% das gestantes recebiam pelo menos 7 consultas de pré-natal no Estado.
Os números são crescentes ano a ano. Em 2001 esta cobertura de pré-natal foi de 58,1% e em 2005, 73,8%.
“O atendimento médico pré-natal é fundamental para a boa saúde da mãe e de seu bebê. A realização de consultas e exames regulares ajuda no desenvolvimento de uma gestação segura e no combate à mortalidade materno-infantil”, afirma Tânia Lago, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher da Secretaria.