O evento mais tradicional de Ribeirão Pires chegou à 7ª edição reformulado. Praça de Alimentação separada da área do show, troca de ingressos para as apresentações de grandes artistas por um quilo de alimento não-perecível e uma tenda para abrigar esses espetáculos com capacidade para 8 mil pessoas. Tudo isso agradou o público que compareceu no primeiro fim de semana da festa. “As barracas não estão repetitivas, cada uma oferece opções diferentes”, comentou Rosalina Clara Bela, 48 anos.
“A iniciativa de trocar alimentos nas entidades sociais pelos ingressos do show foi muito boa, pois a gente sabe o destino certo da doação”, ressalta Fátima Penha Bela, 44 anos.
A tenda foi o grande destaque na opinião dos visitantes: “A organização está bem feita. A tenda ficou show de bola”, disse João Martins, 29 anos.
“Essa tenda ficou muito legal. Para mim, essa é a melhor de todas as edições”, exclamou Ueidi Dias, de 17 anos.
Comerciantes – Quem está na festa à trabalho também aprovou o novo formato. “Está perfeito. Ficou mais acessível pra todo mundo poder curtir a festa. A ideia de separar a área de alimentação do espaço do show foi formidável. No ano passado, em que foi cobrada a entrada, sofremos muito com as vendas. Como nosso chalé é beneficente, o baixo faturamento não nos permitiu fazer projetos que tínhamos intenção de realizar”, falou Ana Paula Barbosa, do quiosque Rotary Estância, que comercializa espetos de frutas cobertos com chocolate.
“Essa divisão de espaços (gastronomia e shows) foi muito boa, pois quem não quer assistir às apresentações musicais, tem livre acesso à Praça de Alimentação”, opinou Daniele Aparecida Del Dono, do quiosque de sorvete frito com calda de chocolate.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires, Gerardo Sauter, destacou o ganho que os comerciantes tiveram com as mudanças. “Muito bom o novo formato de deixar as barracas em um lado totalmente livre para os visitantes que somente querem a gastronomia do Festival e ver os pequenos shows. A tenda também ficou fantástica, visto que em Ribeirao Pires é raro não ter um fim de semana do mês sem chuva”. Perguntado se o evento precisa de algum ajuste, Sauter defendeu o método utilizado nos dois últimos anos: o da cobrança de entrada para os shows, e explicou o por que. “Creio que a única coisa seria ajustar este formato dos ingressos serem gratuitos. O ônus da festa fica muito grande para a Prefeitura, devíamos pensar numa mescla com gastronomia e shows regionais com entrada gratuita e os shows na tenda principal cobrar na média de R$ 10,00, assim, teríamos por volta de R$ 800.000,00 para pagar os shows e não onerar a Prefeitura, que tem que se preocupar com ações mais importantes. A festa tem que ficar auto sustentável, na minha opinião”.
Próximo do ideal – Para o prefeito Clóvis Volpi (PV), o formato da 7ª edição está muito próximo do ideal. “Nós buscávamos o formato definitivo, não sei se será esse, mas o exemplo de outras festas foi mostrando que tinham que ser shows separados da Praça de Alimentação, porque algumas pessoas só vêm consumir. A maioria quer o show, portanto, as barracas também sofriam muito. Esse ano acho que nós chegamos muito perto do ponto ideal”.
Ele afirma que a cobrança de ingressos nas duas últimas edições não gerou arrependimento. “Foram experiências. Primeiro e segundo ano nós tivemos duas grandes festas, onde a maioria das pessoas era de Ribeirão Pires. A terceira festa, nós mudamos os shows, era gratuito e os shows também contribuíram para que nós fizéssemos uma quarta mudança, devido à questão do excesso de gente e, muitas vezes, pessoas que vinham só para o show e não se incomodavam com o que tinha na cidade e depredavam, inclusive, a cidade ao irem embora. A ideia era ter uma festa tradicional da cidade, para as pessoas daqui, as que viessem de fora, mas com conceito de preservação, então, nós tivemos que mudar. A gente entendia que se cobrasse poderia cercar um pouquinho. Quando cobrou, veio um volume igual de pessoas, só que não vieram as pessoas de Ribeirão, então, teve que refazer o pensamento: nós fizemos a coisa certa do ponto de vista econômico, mas não fizemos a coisa certa do ponto de vista social. Em algumas edições choveu muito, aí, tivemos que pensar em ter uma cobertura e separar o show. Essas ideias finalmente chegaram à isso. Estendemos um recurso para toda infraestrutura da tenda, no valor de R$ 1 milhão e meio, que não é caro, porque você vai poder acolher perto de dez mil pessoas. Se nós fossemos alugar, em três anos se pagaria a tenda e ela dura quinze anos”
O secretário de Juventude, Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, Guto Volpi, à frente do Festival pela primeira vez, ficou satisfeito com o resultado do primeiro fim de semana. “A repercussão está sendo ótima, a família prestigiou o evento, a Polícia Militar está em um desempenho fantástico, a Guarda Civil Municipal atuando maravilhosamente, desde a revista à segurança interna e isto está dando um conforto e a credibilidade que o Festival precisava resgatar. Acho que é isso que atraiu o sucesso desse primeiro final de semana”, disse ele.
E qual a opinião do idealizador do Festival do Chocolate, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Marcelo Menato? “Achei a grade de shows muito boa e o espaço bem aconchegante. Este novo formato, como os outros, podem sofrer pequenas alterações, mas creio que o caminho é esse”.