ELIANA MACIEL DE GÓES
MÉDICA VETERINÁRIA
CRMV. 4.534
As flores eram usadas como medicamentos desde a civilização egípcia há mais de 7.000 anos, mas o médico britânico Edward Bach é considerado o idealizador dessa terapia.
Os florais de Bach figuram hoje como um sistema médico que, desde 1976, foi reconhecido e recomendado pela Organização Mundial da Saúde, tendo como objetivo o equilíbrio das emoções.
Na veterinária, os florais são utilizados para tratar desde alterações emocionais sutis até distúrbios de comportamento. Para tratar animais com agressividade, medo, dificuldades de aprendizado e compulsões, é muito importante entender as emoções presentes por trás da queixa, pois cada indivíduo se manifesta de forma diferente.
Por isso, é fundamental o conhecimento do comportamento natural da espécie, aliado a uma observação aguçada dos hábitos do animal.
Pânico, medo e ansiedade são denominações das emoções humanas frequentemente associadas com psicopatologias, porém, correlacionam-se com reações comuns a todos os mamíferos.
Essas emoções são normais quando compatíveis com situações que as desencadeiam, e dependem da experiência do animal. Porém, causam sofrimento quando ocorrem em situação inapropriada ou quando se manifestam de forma exacerbada. A seguir, comportamentos que envolvem medo e reação ao perigo em cães e gatos, sob a perspectiva dos florais de Bach:
Esquiva–se de pessoas ou situações específicas: o animal se esconde quando a campainha toca ou quando percebe que vai começar a chover; pode apresentar agressividade por medo, com sinais corporais que envolvem uma postura acuada (pupilas dilatadas, orelhas para trás, cauda entre as pernas): Mimúlus.
Parece temer tudo que é novo: não se alimenta fora de casa, não fica bem sozinho podendo apresentar ansiedade de separação: Aspen.
Entra em pânico, terror: destruir uma porta de madeira ou atravessar uma janela de vidro ao escutar fogos de artifício: Rock Rose.
Fica impaciente ou ansioso: antes do passeio; não permite ser medicado: Impatiens.
Comportamento compulsivo: excesso de lambedura provocando auto-traumatismo na pele: white chestnut.
Grande parte das alterações de comportamento pode ser prevenida nos primeiros meses de vida, mas precisamos ter consciência de que, mesmo sem querer, submetemos nossos animais aos graus mais variados de estresse quando fazemos com que eles compartilhem do nosso ambiente, convivam em íntimo contato conosco e com nossas emoções.
Isso afasta o animal de sua vida natural e muito frequentemente gera sofrimento, portanto, livrar nossos animais do sofrimento torna-se não apenas uma situação desejável, mas uma obrigação.