Na tarde da última segunda-feira (30), novos membros tomaram posse do Conselho Municipal do Idoso de Ribeirão Pires. Eles foram escolhidos no dia 13, durante o Encontro Municipal do Idoso, sendo metade representantes da sociedade civil e metade do Poder Público, com mandato até 2013. Como atribuições, terão a discussão de políticas de proteção e assistência para a população da terceira idade do município. Segundo o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ribeirão Pires possui 12.374 habitantes com mais de 60 anos, dos quais 5.591 são homens e 6.783 são mulheres.
Durante a cerimônia, que foi realizada no Centro de Referência do Idoso (CRI), o secretário de Política Comunitária e Institucional, Donizete da Silva Cruz de Freitas, falou sobre o importante papel dos conselhos para a cidade. “Todo Conselho é muito importante, porque ele é um instrumento prático de elaboração de políticas públicas, aonde o governo local ouve da sociedade civil as reivindicações dela. Ele tem o poder de sugerir, fiscalizar, elaborar políticas públicas para o seu segmento”.
O prefeito Clóvis Volpi (PV) também ressaltou a importância do trabalho dos conselheiros. “Muitos Conselhos já criados funcionam extremamente bem, de uma forma participativa, às vezes de uma forma crítica às ações do governo, às vezes com ações de sugestões ao governo e isso faz com que nós, cada vez mais, fiquemos ativos para as realizações dentro do município”. Ele destacou ainda a atuação que esses órgãos podem fazer junto às entidades dos segmentos às quais pertencem, com a verba que a Prefeitura destina às associações. “No passado não se subvencionava as entidades sociais. Nós enviamos, então, uma lei para a Câmara, dando um recurso para as entidades assistenciais da cidade, anualmente, e iniciamos um processo de mudança na visão do prefeito, na visão da Câmara Municipal, na visão dos secretários, que precisávamos dar recursos para as entidades realizarem seus programas. A Câmara, através das entidades, queria aumentar o percentual sob o orçamento, eu não concordei, mas concordei em uma coisa extremamente boa para os Conselhos: cada vez que uma entidade assistencial tivesse um novo programa para realizar e esse programa passasse pela aprovação do Conselho, eu mandaria o dinheiro para a entidade, assim, estaríamos estimulando a criatividade das entidades. E isso deu resultado: esse ano nós liberamos R$ 1 milhão e 300 mil em recursos financeiros, com aproximadamente R$350 mil de novos projetos”. O Chefe do Executivo aproveitou a explicação para dar uma boa notícia à diretoria do CRI e fazer uma proposta. “Vamos liberar para o CRI R$ 100 mil para eles fazerem um projeto. Apresentem um projeto, discutam com a diretoria, passem para o Conselho, ele aprova, a Prefeitura manda para a Câmara, ela aprova a verba e nós iniciamos a execução”. A entidade tem 30 dias para encaminhar uma proposta ao Executivo.
O presidente do CRI, Carlos Anezio Fernandes, 70 anos, já tem um desejo em mente, que vem de longa data. “A gente tem em mente faz tempo construir uma piscina térmica, que ajudaria a tratar os problemas de dores dos idosos. Mas a gente vai fazer um levantamento para ver se o dinheiro dará para fazer”.
O presidente do Conselho Municipal do Idoso será escolhido na primeira reunião dos conselheiros, que deve acontecer na próxima semana, sem data ainda definida. Manoel Doval Araújo, 72 anos, representante do Sindicato dos Ferroviários e último presidente do Conselho, fez votos aos novos empossados. “Desejo sorte aos conselheiros, que eles façam um bom trabalho”.
Conheça os conselheiros – Por parte do Governo Municipal, entre titulares e suplentes, os novos conselheiros são: Margarete Paulino Ohmori (Promoção Social), Tatiane Morais Teixeira (Promoção Social), Sandra Regina Silva (Promoção Social), Maria Creuza Alves dos Santos (Promoção Social), Amera Claudia Iwaki (Saúde), Vilma Maravelli (Saúde), Nancy Fonseca (Sejel) e Filadelfo Pereira Junior (Sejel). Pela sociedade civil, os titulares são: Evelise Calforo dos Santos, Auricema Rorato Gonçalves, José Justino e Vera Lúcia Cevin. Os suplentes são: Delmo Tártaro Filho, Ida Macari, José Aparecido da Silva e Priscila Ferracini.
Ribeirão Pires terá Creche do Idoso
O Brasil está envelhecendo. A população com mais de 60 anos passou de 4,1%, em 1940, para 8,6% em 2000. Nas duas últimas décadas, a faixa etária que mais cresceu na população brasileira foi a de 80 anos ou mais. Mas a atenção com essas pessoas não está seguindo esse ritmo. Segundo um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgado no último dia 24, existem apenas 3.548 instituições de longa permanência (asilos) para idosos em todo o país, onde vivem 83.870 pessoas com mais de 60 anos.
Ainda de acordo com o IPEA, 5,9% das instituições têm cinco leitos ou mais por quarto, o que é considerado fora da norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que indica o número máximo de quatro.
Além do levantamento, que constata situação atual nos abrigos e asilos, o estudo procurou também apresentar propostas de como poderia ser o atendimento aos idosos no país. Entre as formas alternativas, estão cuidadores familiares e centros de convivência, onde as pessoas passam o dia e depois voltam às suas casas, para o convívio familiar.
Para o presidente do Centro de Referência do Idoso de Ribeirão Pires, Carlos Anezio Fernandes, 70 anos, um lugar como esse é uma das grandes carências do município, no que diz respeito aos idosos. “Falta um lugar especializado. Tem idosos que fica em casa praticamente jogado, pois a família trabalha o dia todo”.
Essa situação descrita por Carlos em breve terá uma solução. Já está sendo construída, no Jardim Caçula, a “Creche do Idoso”, ou “Casa Lar para os Idosos”, local onde eles poderão passar o dia cercado de cuidados e atividades e à noite regressarão para seus lares para o convívio com a família. Segundo Delmo Tártaro Filho, dirigente do Grupo Espírita de Cáritas, entidade mantenedora do projeto, ainda não há previsão de conclusão da obra, já que o Grupo tem enfrentado dificuldade para encontrar mão-de-obra para a realização do serviço. “Falta (mão-de-obra) no mercado e quando se consegue é cara, mas através de indicação de amigos conseguimos três trabalhadores em forma de doação”.
Delmo estima que com cerca de R$ 150 mil seja possível concluir o trabalho. “Tivemos recentemente o reconhecimento de utilidade pública na cidade, então, como hoje o Poder Público não pode alocar funcionários, iremos propor uma parceria, ou seja, nós entramos com o terreno e o Poder Público com o término da construção”.
Até agora, a equipe de trabalho está na metade da construção de 180m² da casa e já foram instalados três gazebos que servirão como orquidário. Ao todo, serão construídos 320 m². “Estou na expectativa de conseguir terminar a obra ainda esse ano”, conclui Delmo.