Comerciantes e autoridades pedem à volta de modelo antigo da Zona Azul

Voltar ao que era antes. Essa foi a sugestão dada com relação à Zona Azul, por comerciantes e autoridades durante a segunda reunião promovida pela ACIARP (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires), para discutir a questão dos “flanelinhas” em Ribeirão Pires, como o Mais Notícias publicou em sua edição nº 471.

Na segunda reunião para discutir sobre os “flanelinhas”, ficou decidido, por unanimidade, iniciar as negociações para retomada dos monitores da Zona Azul

Em 2003, a ACIARP adotou o seguinte modelo, visando um serviço educativo : monitores passavam pelas áreas de estacionamento rotativo, verificavam se havia o cartão da Zona Azul ou a falta dele nos veículos e, em caso de irregularidades, deixavam uma anotação solicitando que a situação fosse corrigida. Caso isso não acontecesse, era deixado um novo aviso para que o motorista se regularizasse na ACIARP, dentro de 24 horas, antes que o comunicado fosse enviado ao Departamento Municipal de Trânsito para a devida multa. Porém, em 2009, a associação foi informada pelas autoridades de que o sistema não era produtivo, já que muitas pessoas que foram multadas recorreram das mesmas, pois a penalidade era feita 24 horas após a notificação, caso o motorista não regularizasse sua situação junto à ACIARP, adquirindo os cartões. Por este motivo, a Secretaria de Trânsito achou melhor mudar o sistema e aplicar multas diretamente ao infrator no momento da infração. Um projeto de lei de autoria do Executivo foi enviado à Câmara e, aprovado pelos vereadores, a ação deixou de vigorar.

No encontro, que aconteceu na última quinta-feira (05), os participantes (dois comerciantes, o secretário de Promoção Social, Eduardo Nogueira, representante da Ordem dos Advogados do Brasil e autoridades de segurança), chegaram à conclusão de que o método antigo coibia a ação dos “flanelinhas” e decidiram, por unanimidade, que a ACIARP envie ofício ao prefeito com o objetivo de iniciar as negociações para retomada dos monitores da Zona Azul. O secretário adjunto de Emprego e Renda, Marcelo Dantas, sugeriu ainda que os guardadores de veículos fossem envolvidos nesse processo. “Acho que é interessante enviar para a Câmara essa questão de voltar aquele modelo, talvez com um aperfeiçoamento, fazer um cadastro das pessoas que agem a noite, uniformizá-las. Se não tiver uniformizado, a pessoa tem o direito de chamar a polícia”, falou. O Capitão Juan Molino, da Polícia Militar e o delegado Dr. José Itamar M. Silva, ressaltou que, para incluí-los em um projeto de guardadores noturnos, seja pedido antes uma pesquisa de antecedentes criminais.

Akenaton Cavalcante, que representou a OAB também compartilhou a ideia de que sistema antigo de monitoramento de Zona Azul deve ser retomado e, no período noturno, o dever de zelar e proteger o patrimônio público e coibir a presença dos “flanelinhas” durante o dia e à noite cabe à Guarda Municipal.

Outra sugestão dada pelos presentes na reunião foi de que a ACIARP desenvolvesse uma campanha para instruir os munícipes a não dar dinheiro aos “flanelinhas”, como forma de combater a atuação dos mesmos.

Poder Legislativo e Executivo – O presidente da Câmara de Ribeirão Pires, Gerson Constantino (PV), explicou a posição dos vereadores na época em que votaram pela extinção dos monitores. “A lei já veio como um produto enlatado, só aprovamos. Foi um projeto discutido pelo Executivo e pela ACIARP, naquela ocasião. Não teve a formatação da Câmara”.

O parlamentar também concorda com a volta do modelo anterior. “Sou mais o método antigo do que como está hoje. Com os monitores você está valorizando os adolescentes, além do que, hoje é difícil achar um cartão, é o que as pessoas mais reclamam e o fato de não ter a pessoa da Zona Azul ali, força à atuação dos “flanelinhas”. Antes, eles só se aproximavam após as 18 horas, que é quando deixa de existir a Zona Azul”.

A Prefeitura de Ribeirão Pires informou, em nota, que “ainda será discutido sobre a melhor forma de adequar o projeto de lei para que o antigo modelo de Zona Azul possa voltar da melhor maneira para atender o município”.

Os “flanelinhas” – Na primeira reunião realizada pela ACIARP, em abril, foi sugerido que a Secretaria de Promoção Social fizesse um levantamento e o cadastramento dos “flanelinhas” que atuam na cidade. A atividade foi feita durante o dia e constatou-se a presença de sete guardadores de veículos, sendo seis homens e uma mulher; quatro residentes em Ribeirão Pires, um de Rio Grande da Serra e dois de Mauá. Um dos entrevistados era morador de rua e outro apresentou vício de alcoolismo.

O Capitão Juan Molino, da Polícia Militar informou que no dia 24 de abril, a PM prendeu um “flanelinha” que era fugitivo da Justiça.

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