“Flanelinhas” viram tema de discussão em Ribeirão Pires

Sobram veículos, faltam vagas de estacionamento. Esse é um problema que motoristas enfrentam diariamente ao sair de casa para resolver seus compromissos. Mas não é só isso. O espaço público começa a ser disputado por guardadores de carro, os famosos “flanelinhas”. Alguns não criam problemas: perguntam se podem olhar o carro e se o condutor diz que não tem dinheiro, não faz mal, continuam tentando honestamente com os próximos que chegarem. Já outros pedem o dinheiro para “o cafezinho” em tom de intimidação, deixando claro que, se não der, o carro corre sérios riscos de ter sua lataria riscada. Essa última situação levou um comerciante de Ribeirão Pires a pedir uma reunião com autoridades de segurança, do meio jurídico e com representantes da ACIARP (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires). “Não vamos generalizar, mas tem um indivíduo que faz questão de cobrar alguma coisa e na semana passada chegou a colocar a cabeça dentro do carro de uma funcionária e a intimou a pagar alguma coisa pra ele”.

Debate discutiu o que pode ser feito pelos “flanelinhas”

Em um outro comércio, o indivíduo furtou uma faca do balcão. Informações dão conta de que o utensílio seria usado para intimidar possíveis guardadores de carro que quisessem ficar nas proximidades da Rua do Comércio, onde ele atua. “Ele não quer que ninguém venha para cá porque ele acha que o ponto é dele”, disse a comerciante que teve a faca furtada e nem vem mais de carro trabalhar para evitar problemas.

Mesmo com a queixa referindo-se à um “flanelinha” especificamente, por má conduta, a conversa estendeu-se para os guardadores de veículos em geral, com o intuito de buscar algo melhor para eles e para os motoristas.

A atividade de “flanelinha” é reconhecida como profissão pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O exercício das profissões somente será permitido aos profissionais registrados na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho

A atividade de “flanelinha” é reconhecida como profissão pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O decreto nº 79.797, de 08 de junho de 1977, regulamenta o exercício das profissões de guardador e lavador autônomo de veículos automotores. No artigo 1º, fica estabelecido que o exercício das profissões somente será permitido aos profissionais registrados na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho. “Para o registro a que se refere este artigo, poderão as Delegacias Regionais do Trabalho, representadas pelos seus titulares, celebrar convênios com quaisquer órgãos da Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal”, diz o parágrafo único.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Marcelo Menato, e o Gerente de Emprego e Renda, Marcelo Dantas, sugeriram cadastrar os “flanelinhas” na ACIARP, identificá-los com uniformes e autorizá-los a vender o cartão da Zona Azul, com o mesmo lucro dos comerciantes. A Secretaria de Promoção Social ficaria responsável em fazer o cadastro. “Cadastrá-los não só no centro da cidade, mas no Parque Municipal Milton Marinho, nas feiras e nos eventos em geral, como por exemplo, Festival do Chocolate, Festa do Pilar, etc. Só ficará na rua o ‘flanelinha’ cadastrado”, falou Dantas.

Foi proposto ainda uma qualificação para essas pessoas – tanto em outras áreas, para que essa pessoas possam trocar a atividade por algo mais estável, como para a função de guardador, já que se trata de uma profissão regulamentada. “Vamos estudar as duas alternativas junto a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ao Ministério do Trabalho quanto à qualificação”, disse o gerente de Emprego e Renda.

O assunto voltará a ser discutido no dia 05 de maio, às 14h30, na sede da ACIARP.

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