Primeira matéria destaca o psicólogo Douglas Marthim, servidor público e ativista da igualdade racial no município
Ribeirão Pires inicia, neste mês de novembro, uma série especial de reportagens em celebração à Consciência Negra, apresentando histórias de pessoas que transformam, na prática, o compromisso com a igualdade racial e o respeito à diversidade. A ação integra a programação oficial organizada pela Secretaria de Assistência, Participação e Inclusão Social, que promove oficinas, exposições, palestras e atividades formativas voltadas à valorização da cultura afro-brasileira.
O primeiro personagem da série é Douglas Marthim, psicólogo e diretor de Proteção Social Básica da Secretaria de Assistência, Participação e Inclusão Social. Servidor de carreira e membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) desde 2018, Douglas é um dos responsáveis por fortalecer políticas públicas de combate ao racismo e promoção da equidade em Ribeirão Pires.
Com uma trajetória marcada pela atuação social e pelo diálogo constante com a comunidade, ele destaca que a luta por igualdade começa cedo: “Desde que a gente nasce, já começa a lutar pela igualdade racial, porque as oportunidades não são as mesmas. Quando a gente traz essa vivência para o serviço público, leva junto a consciência de que todos merecem ser tratados com justiça e respeito”, afirma.
Douglas acompanhou de perto o crescimento do COMPIR e participou da criação da Ouvidoria Municipal de Igualdade Racial, instrumento que garante escuta e acolhimento a quem sofre discriminação. “Essa ferramenta representa dignidade. Toda pessoa que se sentir violada em seus direitos deve ser ouvida, protegida e respeitada. É isso que move a nossa atuação dentro da assistência”, destaca.
Em 2024, o psicólogo foi responsável pela retomada das oficinas “Capoeirando na Melhor Idade”, que aproximam o público idoso da cultura afro-brasileira por meio da capoeira — símbolo de resistência e liberdade. “É um trabalho bonito de desconstrução de preconceitos. A capoeira é expressão cultural e ferramenta de qualidade de vida. Levar isso à terceira idade é também promover inclusão”, explica.
Douglas também participou da primeira ação de atualização do Cadastro Único voltada à população indígena na cidade, um passo importante para o reconhecimento de grupos historicamente invisíveis. “Foi um marco. Descobrimos que há muitos indígenas urbanos em Ribeirão, e sem esse mapeamento não conseguiríamos planejar políticas específicas”, comenta.
Pai de um menino negro, ele fala sobre o desafio de educar em uma sociedade que ainda reproduz desigualdades: “Ser pai de uma criança preta no Brasil é uma missão. A gente precisa fortalecer nossos filhos para que entendam que o mundo é deles também, que têm os mesmos direitos que qualquer pessoa. É ensinar a não desistir e não se calar diante das injustiças.”
Para Douglas, o Mês da Consciência Negra é um convite permanente à reflexão e à ação: “O 20 de novembro é uma data para nunca esquecermos o que aconteceu na história do nosso povo. É sobre memória, resistência e compromisso. Não podemos deixar que o racismo se perpetue — é dever de todos nós lutar por um mundo mais justo.”
A campanha municipal deste ano traz o tema “Consciência Negra: Vidas Negras, Vínculos Vivos”, reforçando o compromisso da Prefeitura de Ribeirão Pires com a educação, o respeito e a promoção da igualdade racial. As próximas matérias da série trarão novos personagens que, assim como Douglas, dedicam sua trajetória à construção de uma cidade mais humana, inclusiva e consciente.
Primeira matéria destaca o psicólogo Douglas Marthim, servidor público e ativista da igualdade racial no município
