“Troca-troca” de partidos causa instabilidade em bases eleitorais

Nos últimos dias, dezenas de pré-candidatos a vereador de Ribeirão Pires viram o sonho de concorrer a uma vaga na Câmara virar um pesadelo da noite para o dia. Isso aconteceu porque inesperadamente cabeças de diferentes partidos negociaram apoios que comprometeram toda a base de pré-candidatos que dormiram situação e acordaram oposição e vice-versa.

Koiti se livrou do fantasma do PSD e deu de cara com o do PHS

A exemplo estão os partidos PHS, PRP e PSD. Por ordem da direção estadual, o PHS deve aliar-se ao PPS. Em Ribeirão Pires a legenda fazia parte do quórum encabeçado por Saulo Benevides (PMDB) líder da oposição, e agora deverá abraçar Edinaldo de Meneses, o Dedé, que para muitos é a figura política mais indigesta da região. Fábio Cezário, o Babi, presidente do PHS e assessor direto de Koiti Takaki (PSD), braço direito de Saulo, afirma que ninguém em seu partido é ligado a Dedé. “Vamos seguir com o diálogo e ver o que vai acontecer. Temos nomes que não seguirão na campanha caso a decisão se mantenha”. Koiti Takaki vai além: “Entraremos na justiça pela autonomia do partido. Temos um diretório formado e um grupo muito bem estruturado, não podemos nos dar ao luxo de jogar fora todo esse trabalho”.

Koiti recentemente se livrou de outro drama. Após conseguir reunir a maior bancada do PSD no estado de São Paulo, com pouco mais de 30%, garantir a presidência da Câmara e uma série de adeptos, viu o sonho peessedista quase escapar aos dedos quando o prefeito Clóvis Volpi manteve diálogo “comercial” com seu antigo amigo Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, visando adquirir o partido para si. Recentemente, o deputado federal Ricardo Izar, um dos caciques do partido, tranquilizou Takaki ao afirmar que Kassab não tem qualquer intenção de mexer com a estrutura do partido em Ribeirão Pires.

No lado do PRP, o presidente da sigla, Domingos Nicodemos dos Santos, o Dominguinhos, anunciou a saída do partido da base governista para apoiar Saulo Benevides. Segundo o ex-secretário adjunto de Saúde (que pediu exoneração por conta de sua mudança partidária), a saída do governo ocorreu porque Dedé não cumpriu acordo de ajudar na estruturação da legenda na cidade e por este não abrir espaço para diálogos, acreditando somente em fofocas, quando deveria apurar informações desencontradas.

No campo de batalha político, cada movimento causa danos na estrutura dos partidos. O PHS, por exemplo, viu uma série de pré-candidatos, incluindo Babi, declarar desistência da corrida eleitoral caso a situação não se reverta.

Sem saber o que fazer, muitos aguardam um posicionamento das respectivas lideranças, o que pode interferir gravemente nos resultados das eleições.

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