“Pesquisa não ganha eleição”, fala Dilma em Mauá

A candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, fez comício na cidade de Mauá, na manhã do último sábado (21), ao lado de seu principal cabo eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de candidatos do partido, estavam presentes também postulantes da coligação “Para o Brasil seguir mudando”, que apoia Dilma, entre eles o candidato ao Senado Netinho de Paula (PCdoB), o ex-jogador Marcelinho Carioca (PSB), que concorre a deputado federal, Anderson Grecco (PP), que disputa uma vaga na Assembleia Legislativa e seu pai Luiz Carlos Grecco (PP), que sai nestas eleições como suplente do candidato a senador Antonio Salim Curiati Jr.

“Você vai ter a ajuda de Deus, do povo, a minha ajuda e vai ser a melhor presidente que esse país já teve na história”, disse Lula à Dilma

Pouco antes do início do comício, foi divulgada a pesquisa Datafolha, que mostrou uma vantagem da petista sobre o candidato tucano José Serra em 17 pontos, mais do que o dobro do registrado em 13 de agosto, quando a diferença entre os candidatos era de oito pontos.

Aos jornalistas, durante coletiva de imprensa (confira a coletiva no site www.jornalmaisnoticias.com.br, na TV Mais Notícias), ela preferiu não mostrar grande entusiasmo. “Pesquisa não ganha eleição. Ganha eleição o povo votando no dia 3 de outubro. Daqui até lá, são mais de 40 dias, então a gente não pode, de maneira alguma, achar que o clima de ‘já ganhou’ garanta qualquer coisa. O que garante é a gente trabalhar de hoje até o dia 3, batalhar muito e conversar com o povo”.

Dilma disse acreditar que cada vez mais as pessoas têm conhecimento de que ela é a candidata de um projeto que transformou o Brasil. “Nós iniciamos um processo de investimento em habitação e saneamento como há muitos anos não se via no Brasil. Esse processo se iniciou em 2007 com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nós começamos a fazer uma seleção de projetos junto com os prefeitos, com o governo do Estado e as empresas. O Brasil tinha perdido a capacidade de investir porque não tinha nem projeto, nós conseguimos construir isso e começamos a iniciar as obras em 2008. Aceleramos em 2009 e agora em 2010 elas estão cada vez mais em processo de maturação. Eu acredito que os efeitos do governo do presidente Lula vão se estender, porque eu tenho imensa vontade de ser a primeira presidenta do Brasil. Nós também temos consciência de que não fizemos tudo. Não conseguimos nesses oito anos resgatar essa imensa herança de abandono que o Brasil acumulou nas últimas duas décadas. Eu considero uma das minhas missões colocar metas para o Brasil universalizar o saneamento, por exemplo, água tratada e esgoto”.

O presidente Lula reforçou o discurso de Dilma com relação à vantagem da candidata na pesquisa, e não perdeu o otimismo no que diz respeito ao governo estadual, já que o candidato Aloizio Mercadante aparece com 16% das intenções de voto. “A gente tem a mania de quando a pesquisa é ruim, de não acreditar, quando é boa, achar que já ganhou. Eleição e mineração a gente só sabe o resultado depois da apuração, então, nós temos que trabalhar pra eleger essa companheira e esse companheiro no primeiro turno”.

Lula relembrou sua chegada ao Palácio da Alvorada e o desafio que encontrou por ser o primeiro metalúrgico a chegar à Presidência da República. “Quando cheguei no Palácio da Alvorada, ficava imaginando: ‘Será que é verdade que o povo elegeu o Lulinha?’ De vez em quando eu falava pra Marisa (primeira-dama) me beliscar pra ver se eu estava acordado. Ela beliscou tanto que eu perdi o dedo”, brincou ele, completando: “O que vai pesar nas costas da Dilma é que, como eu, ela não pode fracassar. Se eu fracassasse, nunca mais um peão poderia levantar a cabeça e dizer que quer ser presidente, porque vão dizer que ele não sabe governar. Nas suas costas, Dilma vai pesar a mesma responsabilidade. Você vai ter a ajuda de Deus, do povo, a minha ajuda e vai ser a melhor presidente que esse país já teve na história. Eu não tenho dúvida disso”.

O presidente ainda fez um pedido aos eleitores. “Para a Dilma governar, ela vai precisar de deputado federal e estadual, vai precisar da Marta e do Netinho, porque eu não quero que ela sofra o que eu sofri no Senado. Não adianta nada a gente colocar a Dilma e votar nos seus adversários. È preciso votar nela e nas pessoas que estão com ela”, destacou.

Em determinado ponto do discurso, quando criticava o governo do PSDB pelos altos valores cobrados nos pedágios, o microfone falhou. Ao retomar à fala, Lula disse: “Foi só falar dos tucanos que o microfone falhou. Acho que meu microfone tucanou”.

Compartilhe

Comente

Leia também