“Não basta seguir as regras, tem que ter educação”, fala Jorge da Autoescola

 

A Semana Nacional do Trânsito, que vai de 18 a 25 de setembro, tem como objetivo conscientizar os motoristas dos perigos que as imprudências nas ruas podem trazer.

Jorge Luís de Moraes é instrutor de autoescola há 36 anos

Os números revelam que, em 20 anos, 150 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito só em São Paulo e que no Estado eles são a principal causa de falecimento não natural. Segundo o Ministério das Cidades, o custo com mortes no trânsito é de R$10 bilhões.

Jorge Luís de Moraes, instrutor há 36 anos, diretor de ensino da autoescola São José e, atualmente, vereador de Ribeirão Pires, acredita que tudo depende da educação do motorista. “Eu falo por experiência própria. A lei vem lá de cima, as mudanças foram feitas, mas não adiantaram em nada. Aumentar o número de aulas, aulas noturnas, não adiantaram. Todas as mudanças que o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) está fazendo são e serão inválidas se o condutor não tiver educação ao dirigir. É a consciência de cada um que tem que mudar porque, senão, o número de acidentes e mortes no trânsito só vão aumentar”, afirma Jorge.

Ele também considera que nem a Lei Seca barrou motoristas imprudentes. “Fizeram a lei, mas hoje praticamente ninguém sabe mais o que é ou se preocupa com a punição que ela traz”, alerta o instrutor.

De acordo com dados mais recentes do Ministério das Cidades, o Brasil é o quinto país em mortes no trânsito no mundo. Além disso, de acordo com estudos divulgados em março desse ano pela OMS (Organização Mundial de Saúde), os acidentes rodoviários são a maior causa de morte entre pessoas de 5 a 29 anos. “Dificilmente você não encontra uma família que já sofreu ou ainda sofre com parentes que se machucaram ou mesmo faleceram no trânsito. Infelizmente, eu classifico o nosso trânsito hoje como a maior falta de educação do Brasil, porque o motorista quando pega um carro numa estrada acha que está com uma arma na mão, ele se acha o poderoso”, completa Jorge.

O instrutor ressalta que os antigos e novos condutores devem se adequar às novas regras. “Todos devemos seguir as exigências do Detran, porque elas também são fundamentais para a organização do trânsito, mas, antes de tudo, o motorista deve ter calma e cautela para lidar com os perigos que as ruas e os maus condutores oferecem” conclui.

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