Desenvolvido pela empresa Solvay Indupa, junto às comunidades vizinhas da fábrica, um projeto revelou talentos, e vem contribuindo com a geração de renda e com a tão clamada preservação ambiental. O “Fibras da Serra” nasceu em 2005, da busca de alternativas para o desenvolvimento local, compatíveis com as condições ambientais do município de Rio Grande da Serra, que tem 100% do seu território em área de proteção aos mananciais. A opção encontrada foi a fibra de bananeira, uma vez que é uma espécie abundante na região e que seu pseudocaule é descartado depois de frutificar, constituindo-se em resíduo orgânico, mas que pode ser utilizado para a produção de arte e artesanato.
Desde que começou, o grupo, que se constituiu legalmente na Associação Fibras da Serra em 2008, aprendeu a extrair pigmentos de corantes vegetais e com eles tingir tecidos, além de retirar fibra e palha de bananeira. Também descobriu novos métodos de secagem e armazenamento da fibra, como tecer a fibra em diferentes técnicas e produzir objetos de adorno e decoração com o material. Aprendeu ainda a calcular o valor do produto para venda, iniciar a fase de comercialização e como produzir um catálogo de técnicas e produtos.
Atualmente, 26 pessoas, sendo 80% mulheres e 20% homens, estão diretamente envolvidas no projeto, mas, segundo a coordenadora de Comunicação da Solvay Indupa do Brasil, Lisandre de Assis, esse número multiplica-se em três e até quatro vezes quando a demanda pelos produtos aumenta em função de encomendas para empresas, ou feiras de artesanato na região.
Mais do que benefícios para a cidade com o trabalho desenvolvido por eles, o “Fibras da Serra” transmite uma valiosa mensagem. Com a palavra, Silvério Félix, 45 anos, sócio-fundador e especialista em fibras. “Para a comunidade é muito interessante, porque Rio Grande ainda é um município carente do ponto de vista de investimento financeiro. Existe uma gama muito elevada de pessoas que precisam de projetos como esse. É um projeto muito importante do ponto de vista econômico, porque gera trabalho e renda. Ambientalmente falando, você mostra o que é usar o meio ambiente sem agredi-lo, a gente passa essa mensagem de que é possível, sim, explorar o meio ambiente sem causar nenhum dano, é uma escola”.
Interessados em conhecer os produtos e adquiri-los podem ir ao local, de segunda à sexta-feira, das 8h às 16h. Aos sábados, a visita pode ser agendada pelo telefone 4821-5176.